Em 15 de Maio de 2021, Mario Pavone faleceu após uma batalha
de 17 anos contra o câncer. Para dizer que o baixista saindo do suíngue deve
soar enjoativo, mas isto é, essencialmente, o que ele fez em seus meses finais.
Em Fevereiro e Março, ele reuniu em duas seções de gravação dois quartetos
diferentes, interpretando seis das mesmas composições. Como pode agora ser
ouvido em “Blue Vertical” e “Isabella”, um artista de 80 anos tomou a vantagem
rara de modelar o capítulo final de rica vida musical.
“Blue Vertical” apresenta o Dialect Trio de Pavone com o pianista Matt Mitchell e o baterista
Tyshawn Sorey mais o trompetista Dave Ballou, que escreveu os arranjos. Pavone compõe
com uma voz ímpar, similar em alguns momentos a Paul Motian: Melodias são
diretas e acolhedoras, com sutis passagens rítmicas, que não externa a si mesma
de forma bastante agressiva. Dos dois grupos, este se move em uma direção mais
livre. Mitchell e Sorey querem impulsionar as coisas desassociadas durante o
solo de Ballou em “Twardzik”, enquanto Pavone mantém o centro junto. Mais
impulsionando e rebocando o tempo como ocorre em “Philosophy Series”, embora
sua estrutura permaneça intacta. “Face Music”, uma das faixas não duplicadas
nos álbuns, inicia fora do sentimento melancólico, como se Pavone estivesse refletindo
sobre o fim da linha. Porém, preferivelmente, pranteia o inevitável, o quarteto
logo constrói um vigor jubiloso.
Faixas: Twardzik;
OKWA; Blue Poles; Isabella; Philosophy Series; Blue Vertical; Good Treble;
Legacy Stories; Face Music.
Músicos: Mário
Pavone: baixo; Matt Mitchell: piano; Tyshawn Sorey: bateria; Dave Ballou: trompete.
Fonte: MIKE
SHANLEY (JazzTimes)
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