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sexta-feira, 17 de junho de 2022

RUSSELL FERRANTE TRIO – INFLEXION (Blue Canoe Records)

O pianista, compositor e arranjador Russell Ferrante tem estado na cena jazzística por décadas. Ele tem trabalhado com muita gente, de Lee Ritenour a Joni Mitchell, de Al Jarreau a Bobby McFerrin a Eric Marienthal e muito mais. De qualquer modo, ele é melhor conhecido como um membro fundador do Yellowjackets em 1977, ao lado de Robben Ford e Jimmy Haslip. Em 2020, aos 68 anos, Ferrante é o único membro original ainda com a banda, e gravou seu álbum de estreia como líder.

Claramente com pressa, não é surpreendente que sua música seja executada com a mesma paciência e cuidado perspicaz. Com muitas experiências diferentes para invocar, houve muitas variações que Ferrante poderia ter tomado. Unido ao baterista Steve Schaeffer e ao baixista Michael Valerio, ele optou por um tradicional trio de jazz como seu trampolim para ir para dentro e tocar de leve seus sentimentos interiores. Ele não sentiu necessidade de vir à tona com seu cabelo em chamas para tentar afetar alguém com uma via expressa do jazz. Em vez disto, ele deixou seus companheiros de banda nos bastidores dos seus poucos minutos, estabelecendo um tema de elegância e eterna graça em "Stick-to-it-iveness". A seção rítmica então é mesclada suavemente pela duração de uma composição original de Ferrante. O método estava no local para uma graciosa virada em "Network Mutuality", seguida por uma terceira intitulada "Inflexion D". A última é uma faixa cointitulada "Inflexion A", que está notavelmente no local mais adiante em sua gravação intimista e pessoal. São completamente representativas de inflexões e vincos, que deliciosamente povoam esta gravação. Todas estas canções de Ferrante contemplam sutilmente mudanças de direção com destreza.

Mergulhar apressadamente dentro de uma música de Thelonious Monk mostra ser um bom caminho para captar o tempo. "Rhythm-a-ning" é conduzido por Schaeffer e Valerio e reimaginado por Ferrante, antes de explorar a doce "Isfahan" de Billy Strayhorn. "Spoons" é um tributo engenhoso para um antigo mentor e companheiro de banda, o vocalista Jimmy Witherspoon. Ferrante iniciou sua carreira profissional em sua juventude como membro da Jimmy Witherspoon Band. Ao clássico de Irving Berlin,"How Deep is the Ocean", é dado um tratamento brilhante e é apropriado para uma contemplação sincera por parte de Ferrante. O reforço positivo de "We Shall Overcome", traz esta jornada reflexiva para encerrar.

'Continuity' é uma palavra que vem à mente na descrição deste trabalho tão aguardado. Com a sólida fundação ancorada por Schaeffer e Valerio, Ferrante tem o espaço que ele necessita para confiantemente seguir o fluxo através do talento sobre o teclado. Ele escolhe não tocar de forma volumosa e arrojada, em vez de ir profundo dentro de si e orientando uma alma mais sensível. Embora, Ferrante não abandone seu toque familiar, ele sai da caixa para alcançar as emoções que ele projeta. Ele, frequentemente, toma os elementos dos ouvintes muito apreciados e constrói sobre eles. Como um vinho fino, às vezes, é melhor esperar pela colheita no tempo certo. Ele liberou sua paleta musical. Desfruta seu fino bouquê. Esta é uma jaqueta com cores diferentes...e ele a usa muito bem.

Faixas: Stick-to-it-iveness; Network Mutuality; Inflexion D; Rhythm-a-ning; Ishahan; Inflexion A; Spoons; I Do; 57 Chevy; How Deep is the Ocean; We Shall Overcome.

Músicos: Russell Ferrante: piano; Michael Valerio: baixo; Steve Schaeffer: bateria.

Fonte: JIM WORSLEY (AllAboutJazz)

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