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sábado, 25 de junho de 2022

THE JAZZ AT LINCOLN CENTER ORCHESTRA - THE EVER FONKY LOWDOWN (Blue Engine)

Houve um número de projetos iniciados em 2020 para marcar 400 anos de escravidão e a opressão sofrida pelo povo negro nos Estados Unidos. Numerosos livros, documentários e produções teatrais enunciam a captura fundamental da inumanidade da escravização, a extensão e severidade da experiência. De diversas formas, “The Ever Fonky Lowdown” de Wynton Marsalis poderia ser uma trilha sonora para qualquer destas apresentações, embora venham repletas da sua própria fascinação, frequentemente em libreto satírico.

Da fanfarra da abertura ao papel do ator Wendell Pierce como narrador, interlocutor e trapaceiro, os vocalistas e os instrumentistas da Jazz At Lincoln Center Orchestra evocam um quadro vivo amplo da atormentadora história estadunidense, principalmente através do sistema racista, segregacionista e discriminatório da nação e a supremacia branca. È uma genuína cavalgada de segmentos musicais—o blues, suingue de orquestra, peças de grupos pequenos e boas amostras de gospel. Se “Before the Mayflower” de Lerone Bennett ou “From Slavery to Freedom: A History of African Americans” de John Hope Franklin foram um cenário para a música, os sons que acompanham se assemelhariam ao que Marsalis realizou aqui.

Destacar qualquer das 53 faixas seria uma injustiça para a abrangência textural de uma opereta do álbum, enquanto os interlúdios blueseiros e os solos ocasioniais do saxofone são excepcionais e providenciam a miscelânea com ressonância direta e jazzística.

Com a continuidade das recitações de Pierce, “Mr. Game”, há uma animada interconexão da música: Ouvintes informados devem ouvir momentos da batida de Basie, uma mancha de Tadd Dameron e breves jorros de jazz cantarolado e vocalizações. Enquanto a maioria das faixas guinam para o passado profundo, eles voam alto na era dos direitos civis, invocando o corajoso compromisso de Fannie Lou Hamer. A pandemia é referenciada em “Everybody Wear They Mask”, astutamente aludindo a linguística dos negros, que também deve estar no toque para o título do álbum, onde “fonky” representa “funky”.

Independentemente da nomenclatura, Marsalis e sua orquestra outra vez aproveitaou um veio da cultura estadunidense através de uma inovativa, e impressionante, mistura de palavras e música.

Faixas: We Are The Greatest; Mr. Game Speaks: I Am A Winner; We Are The Greatest; Mr. Game: Success Is My Middle Name; They/Let’s Call Them This; Mr. Game: Beware! They’re Going To Cause Problems; The Ever Fonky Lowdown In 4; Mr. Game: Talk Is A Waste Of Time; I Don’t Like Nobody But Myself; Mr. Game: We Must Strike First! (Trust Me); The Drums Of War; Mr. Game: The Mandates Of Our Democracy; Consideration Blues/I Know I Must Fight/The Drums Of War Return; Mr. Game: Who Is We?; What Would The Savior Think?; Mr. Game: Winners Don’t Reflect, We Celebrate; Some For Me, None For You; Mr. Game: We’re Number One!; The Ever Fonky Lowdown In 5; Mr. Game: They Deserved Everything They Got; Night Trader; Mr. Game: They, Too, Want To Be Winners; Mr. Good Time Man; Mr. Game: Shame Is For Losers; Because I Want To, Because I Like To, Because I Can; Mr. Game: A Ridiculous Plea; I Wants My Ice Cream; Mr. Game: Somebody’s Got To Rule; The Ever Fonky Lowdown In 6; Reprise: What Would The Savior Think?: The Ever Fonky Lowdown In 5 & 6; Mr. Game: Your First Prize; Isms, Schisms; Mr. Game: Your Second Prize; Yes/No; Where Has The Love Gone?; Mr. Game: Your Third Prize; Consider This ‘Bout The Filth We Love; Mr. Game: Your Fourth Prize; Everybody Wear They Mask; Mr. Game: You Love These Prizes Because You Live Them; The Ever Fonky Lowdown In 7; Mr. Game: Your Wildcard; I Got A Nagging Feeling; Mr. Game: The Freedom Fighter: Fannie Lou Hamer; The Ballad Of Fannie Lou: Part 1; The Ballad Of Fannie Lou: Part 2; Mr. Game: Just Let The Memories Of Them Die; Why Do We Pick Slavery Over Freedom?; Mr. Game: Your Last Prize (The Best One); Reprise: The Ever Fonky Lowdown In 4; Reprise: I Wants My Ice Cream; I Know I Must Fight. (113:10)

Músicos: Wynton Marsalis, Ryan Kisor, Marcus Printup, Kenny Rampton, trompete; Sherman Irby, Ted Nash, Victor Goines, Dan Block, Paul Nedzela, palhetas; Vincent Gardner, Elliot Mason, Sam Chess, trombone; Chris Crenshaw, trombone, vocal; Dan Nimmer, Adam Birnbaum, piano; Doug Wamble, guitarra, vocal; Ricky “Dirty Red” Gordon, Bobby Allende, percussão; Carlos Henriquez, baixo; Charles Goold, bateria; Jason Marsalis, bateria, tamborim. Wendell Pierce, Camille Thurman, Ashley Pezzotti, Christie Dashiell, vocal.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=BuESdbrWvEw

Fonte: Herb Boyd (DownBeat)  

 

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