Seguindo ao lançamento coliderado com Greg Osby, “Sonic Halo
(Challenge Records, 2014) “, a saxofonista holandesa, Tineke Postma, deu um passo
atrás em sua carreira solo para engrandecer uma família. Nos anos
intermediários houve dois álbuns em trio com Nathalie Loriers, mas “Freya”— a
estreia de Postma na Edition Records—marca
seu retorno como líder. A inspiração, com a maternidade, vem em várias formas
nestas dez faixas inéditas com sua paisagem circundante e formidável mulher
aquecendo toda sua viva criatividade. A pianista Kris Davis, o trompetista
Ralph Alessi, o baixista Matthew Brewer e o baterista Dan Weiss são parceiros
similares em trazer vida para as composições viscerais e multifacetadas de Tineke.
Com a maioria das faixas pesando sob seis minutos, há uma
concisão e precisão na música. Ainda é necessário um olhar para a pulsação da
abertura, "Parallax", para discernir a liberdade dentro de formas bem
definidas, que os músicos revelam. A liberdade de Brewer e Weiss, ainda que
sondando os ritmos que iluminam o papel do toque para Postma e Alessi, que balança
entre o divertido andar às voltas e mais um voo individual fervoroso. Balanço e
diálogo aberto coexistem em "Scáthachs Isle of Skye" com a condução
dos ostinatos do baixo de Brewer e constantemente evoluindo modelos rítmicos de
Weiss em cada pedaço, tão encantadores quanto solos sólidos, de uma linha de
frente emparelhada.
Há mais que uma alusão da linguagem de Wayne Shorter em
"Aspasia and Pericles", homenagem de Postma a Aspasia, uma influência
significante dos filósofos tais como Platão e Sócrates. A introspecção lírica
de Postma no saxofone soprano, em paralelo e, então, em revezamento com Alessi,
é um contraponto simpático por parte de Davis ao piano. Da antiga Grécia à
antiga Roma, Postma passa para a deusa do parto para a inspiração em "Juno
Lucina", onde ritmos espiralados, firmemente, alimentam os solos e tons contrastantes.
A saxofonista, o trompetista e a pianista, então, convergem em discurso angular
e tempestuoso um no outro.
Postma, no soprano, está cintilante em "In the Light of
Reverence", a paixão em seu lançamento acrobático em contraste afiado com
o mais, obliquamente, encantador giro de Davis. Há fervor coletivo e individual
na exuberante "Freya", uma das duas faixas na qual Brewer se
apresenta no baixo elétrico. A outra, "Geri's Print", apresenta Postma
e Alessi encaixando-se impacientemente sobre um balanço de ação lenta. Davis,
uma vez mais, impressiona com um solo intrincado, economicamente medido, neste
tributo a Geri Allen, que encantou o autoproduzido “The Traveller (2010) ” de Postma.
"Heart To Heart", um número mais lento que oscila
entre lirismo e livre improvisação, apresenta notáveis contribuições de Brewer,
Alessi no trompete surdinado, Postma no alto e o irrepreensível Weiss, que alterna
entre escovinhas e baquetas, conforme a música fervilha e então ferve.
"Interlude #1", que se situa no ponto central do álbum, e o
encerramento do álbum,"Interlude #2", são um pouco mais que vinhetas,
colocando Postma e Alessi juntos em intercâmbios improvisados tão abstratos
quanto fugazes.
As ilustrações do álbum é do artista de Chicago, Chad Kouri,
que está adequado para a música, que se apoia na escola AACM de jazz/música
improvisada. Consistentemente absorvente, “Freya” é um retorno bem-vindo e
excelente de Postma. Há mais
explorações, que a música revela.
Faixas: Parallax;
Scáthach Isle of Skye; Aspasia and Pericles; In the Light of Reverence; Freya;
Interlude #1; Heart to Heart; Juno Lucina; Geri’s Print; Interlude #2.
Múicos: Tineke Postma: saxofones alto e soprano; Ralph
Alessi: trompete; Matthew Brewer: baixo acústico; Dan Weiss: bateria; Kris
Davis: piano.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=qLt4VY5t8iU
Fonte: Ian
Patterson (AllAboutJazz)
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