Em 2003, Vijay Iyer e Mike Ladd lançaram “In What Language?”
uma resposta híbrida jazz/hip hop ao pós 11/09 , a paranoia estadunidense.
Inspirada por muitas injustiças relatadas, o ponto de inflexão foi a extensa
detenção, algemamento e humilhação de proeminente cinegrafista iraniano que
passava pelo Aeroporto Internacional JFK. Dezessete anos depois, os Estados
Unidos estiveram mergulhados em múltiplas crises sem precedentes, dando motivo
para este álbum ser reaproveitado. Iyer e Ladd têm o mestrado nos instrumentos
desde 2003, e lançaram-se, aqui, em “InWhatStrumentals: Music from In What
Language?” .
O nascido em Boston, residente em Paris, Ladd coliderou três
álbuns com Iyer e tem, também, gravado com Jeff Parker e Tyshawn Sorey. Primeiramente
conhecido como poeta, recitador e artista hip hop, ele é também um produtor,
programador e artista que usa sintetizador. Ele estudou com o poeta
criticamente aclamado, ensaísta e crítico literário, Robert Pinksy, enquanto buscava
seu mestrado na Universidade de Boston. Ladd identificou Pinsky como um Poeta do Jazz, e o ritmo e senso de
improvisação de Ladd validou o título devido ao seu trabalho passado com Iyer.
"The Color of My Circumference I", III, IV e
"Asylum" são exemplos de como tão bem se estabelecem em si mesmo,
mantendo a reflexão em peças inéditas. "DeGaulle", mesmo com ausência
da leitura fascinante de Allison Easter, é marcante. Nesta versão instrumental o
saxofone alto de Rudresh Mahanthappa, o trompete de Ambrose Akinmusire e o baixo
de Stephan Crump, destacam-se encrespadamente. Da mesma forma, Iyer, Crump e o
baterista Trevor Holder dão nova vida a "Iraqi Businessman", a perturbadora
e agressiva narrativa de Ajay Naidu, agora, arrancada. Só "Innana After
Bagdad" estacionou na própria origem de “InWhatStrumentals” como uma peça
recitada com um punhado de embelezamento eletrônico. A faixa de encerramento,
"Plastic Bag", é notavelmente atraente em sua forma instrumental, com
o ritmo atencioso de Iyer, o cello profundo de Dana Leong, movimentando-se com
tristeza.
O aeroporto (qualquer grande centro de transporte dos
Estados Unidos será) foi um ponto focal de “In What Language? ”, um proeminente,
caráter móvel em cada vinheta de desigualdade e vigilância institucional. Muito
do poder do material-fonte foi sua narrativa perspicaz e evocativa, que
estabelece uma música surpreendentemente hipnótica. Ainda que inspirado no contexto
poético de “InWhatStrumentals” deixa um conjunto de diferentes impressões. Coloque
isto de lado e a música é cativante em si, com voltas rigorosas, ameaçadoras e
melódicas. O toque de Iyer está levemente menos complexo que seu estilo com
marca registrada. Aqui foi perceptivamente ponderado para fundir com a poesia
de Ladd. Ouvindo as comparações lado a lado de “In What Language?” e “InWhatStrumentals”
há uma experiência recompensadora, mas, separadamente, os álbuns se sobressaem
como proezas significativas.
Das notas para o disco: "Todo lucro das vendas de “InWhatStrumentals”
suportarão grupos de imigrantes e comunidades negras desproporcionalmente
afetadas pelo COVID-19."
Faixas: The
Color of My Circumference I; The Density of the 19th Century; Terminal City;
Rentals; Security; DeGaulle; TLC; Three Lotto Stories; The Color of My
Circumference II; Iraqi Businessman; Taking Back the Airplane; The Color of My
Circumference III; In What Language; Asylum; The Color of My Circumference IV;
Plastic Bag.
Músicos: Vijay
Iyer: piano; Mike Ladd: sintetizador; Ambrose Akinmusire: trompete; Rudresh
Mahanthappa: saxofone alto; Dana Leong: cello; Liberty Ellman: guitarra;
Stephan Crump: baixo; Trevor Holder: bateria.
Vijay Iyer: teclados, Fender Rhodes, programação; Mike Ladd:
EMS Synth, programação; Dana Leong: trombone, flugelhorn.
Fonte: Karl
Ackermann (AllAboutJazz)
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