“Chamber Jazz”, a oitava gravação do saxofonista alto,
Charles Pillow, como líder da sua banda, é geralmente tranquila, mas,
marcantemente, engaja entonações de poemas, que combinam jazz contemporâneo com
elementos de música clássica para produzir um híbrido que sublinha o que é mais
harmonioso e charmoso em cada gênero. “Chamber Jazz” é o que diz e é o que é. Como
motivo de comparação, pense a banda como o Modern
Jazz Quartet vezes cinco. Verdade, não há nem John Lewis ou Milt Jackson em
mãos, mas Gary Versace (ao piano e acordeón) e o guitarrista Vic Juris são mais
que admiráveis substituições.
Pillow, ele não apenas compôs quatro das oito faixas do
álbum (as duas primeiras e as duas últimas) e arranjou todas elas, ele também
toca flauta, clarinete, oboé e English
horn em adição aos saxofones alto e soprano. Para efetivar seu propósito,
Pillow reuniu uma orquestra de 20 componentes, cuja seção de cordas (três
violinos, duas violas, dois cellos) embasam uma unidade axial , que inclui, ao
lado de Pillow, Versace e Juris, o trompetista Scott Wendholt, o trombonista
Alan Ferber, o French hornist Charles
Komer, o tubista Marcus Rojas, o clarinetista Todd Groves (que atua , também,
na flauta e no clarinete baixo), os baixistas
Jeff Campbell e Jay Anderson, o percussionista Rogério Boccato e os bateristas
Mark Ferber e Rich Thompson.
Apesar dele residir na cidade de Nova York desde 1987,
Pillow é um nativo de Baton Rouge, Los Angeles, e assim está inteiramente
apropriado nesta sessão, que inicia com assombrosa doçura em "While in
Pass Manchac" denominada para uma área próxima a New Orleans entre Lakes
Pontchartrain e Maurepas. Há solos de Pillow com o trompetista Wendholt e com Versace
na leve "Charlotte and Evan" dedicado à filha e filho de Pillow. A
melancólica "Don't Explain" de Billie Holiday, uma peça que abre espaço
para Juris. Na nota sombria, a gravação deve ter sido um dos últimos trabalhos
de Juris antes de seu falecimento prematuro em Dezembro de 2019 aos sessenta e
seis anos. Há algum suave ritmo latino em "Bebe" de Hermeto Pascoal (com
solos de Versace no acordeón, Pillow no clarinete), mais a plácida ruminação em
"Pee Wee" de Tony Williams (com solos de Pillow, na flauta, e Juris).
A tuba retumbante de Rojas introduz a divertida, e pouco ouvida, "Oska
T" de Thelonious Monk, que lidera a calorosa "Abschied, Ray" de
Pillow (composta para seu pai) e uma segunda saudação a uma área de Louisiana, uma
pitoresca "Atchafalaya Fiction". Wendholt e o solo elegante de Ferber
em "Oska T", Versace em "Ray", Ferber e Versace em
"Fiction".
Esta é música adorável, carinhosamente interpretada por Pillow
e sua banda. Não, provavelmente, incitaria você bater palmas, bater os dedos
dos pés ou acelerar a dança, mas provocará você a ouvir com seu coração e
apreciar uma calorosa e impressionante performance, simplesmente, pelo que é. Se
isto acontece, Pillow terá, asseguradamente, eclipsado sua meta com campo
excedente.
Faixas : While
in Pass Manchac; Charlotte and Evan; Don’t Explain; Bebe; Pee Wee; Oska T;
Abschied, Ray; Atchafalaya Fiction.
Músicos : Charles
Pillow: saxofone; Scott Wendholt: trompete; Alan Ferber: trombone; Chris Komer:
french horn; Marcus Rojas: tuba; Todd
Groves: clarinete; Vic Juris: guitarra; Gary Versace: órgão, Hammond B3; Jeff
Campbell: baixo; Jay Anderson: baixo; Mark Ferber: bateria; Rich Thompson: bateria;
Rogerio Boccato: percussão.
Fonte: Jack
Bowers (AllAboutJazz)
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