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sábado, 30 de julho de 2022

JANIS MANN & KENNY WERNER - DREAMS OF FLYING (Pancake)

O último lançamento da vocalista Janis Mann e do pianista Kenny Werner, “Dreams Of Flying”, combina sessões em estúdio e performances ao vivo, gravado durante três anos, em pedaços, em costas opostas dos Estados Unidos, com diferentes músicos no acompanhamento. No papel, isto firmemente soa como uma receita para um programa coerente. Todavia, graças à concordância simpática entre estes dois músicos veteranos, o resultado é um maravilhosamente coerente álbum de 63 minutos.

O duo juntou-se ao baixista Drew Gress e ao baterista Duduka Da Fonseca para uma sessão em 2016 para uma gravação em estúdio no Samurai Hotel no Queens, e em 2019, os colíderes apresentaram um trabalho com canções em duo e trio (com o guitarrista Larry Koonse) em frente de uma audiência tranquila no Capitol Studios construído em Hollywood. Cada faixa no programa brilha, se o quarteto está com uma emoção persuassiva do sucesso de 1985 de Stevie Wonder, “Overjoyed”, ou Mann está demonstrando seu impressionante vocal, comandando uma leitura aventurosa em oito minutos, em trio para “Who Knows Where The Time Goes” de Sandy Denny.

Mann e Werner— que colaboraram em um disco em 2013, “Celestial Anomaly”—provam, uma vez mais, que o sucesso de um esforço jazz-encontra-cabaret baseia-se não apenas em fortes melodias, mas também em esculpir arranjos, que exibem o vigor individual dos instrumentistas.

A versão do quarteto da balada melancólica de Paul Simon, “I Do It For Your Love”, apresenta rica e coloração a baixo custo, cortesia do baixo assombroso de Gress. Quando o quarteto gravou “American Tune” de Simon pouco eles sabiam, que gerariam um lamento apropriado para a era pandêmica. “I don’t know a soul who’s not been battered/ Don’t have a friend who feels at ease. NT: Eu não conheço uma alma que não foi maltratada/ Não ter um amigo que se sente à vontade, em tradução livre” Mann canta, adicionando posteriormente, “When I think of the road we’re traveling on/ I wonder what went wrong/ I can’t help it, I wonder what went wrong/ And I dreamed I was dying.NT: Quando eu penso sobre a estrada, que estamos viajando/ Eu surpreendo-me que estava errado/ Eu não posso ajudá-lo, eu imagino que estava errado/ E e eu sonhei que estava morrendo em tradução livre”.

Mann e Werner são, também, aficionados do compositor Jimmy Webb, representado aqui por “The Moon Is A Harsh Mistress” e “Wichita Lineman”. Na interpretação da última, Werner elabora dois diálogos harmônicos interligados e fascinantes: um com a linha vocal de Mann e outro com a familiar melodia da música.

Os compositores destas 11 faixas são todas famosos, mas Mann e Werner fizeram coisas muito astutas, frequentemente escolhendo uma composição menos conhecida no repertório dos compositores, tais como “Edith And The Kingpin” de Joni Mitchell. A mágoa é um motivo no programa, conforme Mann explora as letras dramáticas de Alan e Marilyn Bergman para uma canção escrita por Johnny Mandel, “Where Do You Start”, um rompimento mais angustiante das músicas de sempre. O comentário de Werner, tecendo entre os versos por baixo dos vocais seguros de Mann, é uma aula magna sobre a acentuação do significado da letra.

Faixas: The Moon is a Harsh Mistress; Edith and the Kingpin; Wichita Lineman; Overjoyed; Where Do You Start?; I Do It For Your Love; American Tune; When October Goes; Inside a Silent Tear; I Remember; Who Knows Where the Time Goes?.

Músicos: Janis Mann: voz; Kenny Werner: piano; Drew Gress: baixo; Duduka Da Fonseca: bateria; Larry Koonse: guitarra.

Fonte: Bobby Reed (DownBeat)

 

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