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sábado, 2 de julho de 2022

MARK FELDMAN – SOUNDING POINT (Intakt Records)

O violinista Mark Feldman tem sido um perfeito acompanhante, em torno de centenas de aparições capazes sobre o curso desta carreira, datando dos anos 1980. Sua técnica inimitável e lirismo impetuoso aparece com perfeito ajuste em muitos diferentes contextos: em 2020 ele só poderia ser encontrado reunido com o Arcado Trio em “Deep Resonance (Fundacja Sluchaj) ” de Ivo Perelman e uma parte fundamental do maravilhoso quinteto de Susan Alcorn em “Pedernal (Relative Pitch)”. Os próprios lançamentos de Feldman têm, lamentavelmente, sido mais raros, a menos que seja do seu interesse atuar com soberbo colíder em trabalhos com a pianista Sylvie Courvoisier, dentre os quais está “Time Gone Out (Intakt)” em 2019. Voltamos a 2006 para um álbum com apenas seu próprio nome no topo: “What Exit (ECM) ”, onde ele se reuniu a John Taylor, Anders Jormin e Tom Rainey. Suas gravações solo são mesmo mais raras que isto, com apenas um exemplar, “Music for Violin Alone (Tzadik)” de 1994. Tudo isto faz este esplêndido lançamento solo, “Sounding Point”, realmente, ser muito bem-vindo.

Aqueles familiarizados com o trabalho de Feldman reconhecerá esta energia irreprimível, que surge do seu instrumento em "As We Are" como saraivadas de notas, com uso do arco e dedilhado, derramando em inesgotável suprimento. Para alguém tão sintonizado para trabalhar com simpatia com colegas, frequentemente ajustando e delimitando seu papel adequadamente, é uma maravilha ouvi-lo sem restrição. Não é para dizer que há qualquer coisa autoindulgente sobre a música de Feldman: seus talentos prodigiosos estão sempre a serviço de uma larga visão, e que é também o caso aqui, tão bem quanto em outras gravações. Melodia arrebatadora e breves temas emergem e são seguidos, refratados e redefinidos, mas sempre com uma lógica de direção. Uma peça sombria como a faixa título, a delicada beleza é quase um desgosto—ajudado, neste instante, por algumas efetivas multifaixas, que acentuam a vulnerabilidade emocional, tão frequentemente aparente nas improvisações de Feldman.

Feldman utiliza multitarefas em um par de outras peças também. "Viciously" oferece um espertamente desvairado retrabalho do standard de Walter Gross, "Tenderly", no qual soa às vezes como um pequeno batalhão de violinos determinado a reduzir as músicas em suas partes componentes, com a melodia apenas emergindo adequadamente. Em "Peace Warriors" de Ornette Coleman ele usa um segundo e terceiro violino para criar um diálogo intricado durante sete minutos cativantes da peça.

Porém, estas faixas ao lado, Feldman tem mais criatividade o bastante para restringir seu toque sem contraste. Se na deslumbrante "Unbound", que extrai sua potência alternativa de densos agrupamentos de notas extensas, prolongando outras, ou "Maniac", que tem todo os virulentos sons suaves, que alguém poderia esperar. Feldman permite cada peça desdobrar-se no seu próprio mundo sonoro. Feldman tem uma abundância de ideias em “Sounding Point”, e, em apenas 45 minutos, parece que outro solo oferecido é mais que justificado. Esperançosamente, não teremos que esperar outros vinte anos para um outro lançamento.

Faixas : As We Are; Sounding Point; Peace Warriors; Unbound; Viciously, Rebound; Maniac; New Normal.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz)

 

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