Um título como “White Noise” deve parecer
vir do fim das coisas na era industrial, mas o baixista Martin Wind tensiona se
referir aos sons mais leves do vento, que pode ajudar a suavizar os ruídos e a contenção
de cada dia da vida. A peça título foi composta especificamente para o
guitarrista Philip Catherine e o flugelhornista Ack van Rooyen, e é
perfeitamente ajustada para eles.
Wind entrelaça suas próprias composições
com standards, deixando reverente
campo para o elegíaco van Rooyen de 90 anos, exceto na pesarosa “Autumn Bugle”.
É doloroso, talvez, não haja campo para algo para Catherine, um mero “rapaz”
aos 77 anos. Porém, o fato é que este uma gravação mais do baixista. Isto é
óbvio a partir da quase abertura do arco conforme Bach inicia “Canter” de Kenny
Wheeler. Wind é um mestre com o arco, mas é seu dedilhado nas linhas—gracioso e
cantante—que define seu som. Ele se assemelha como ninguém mais com outro
mestre europeu, Niels-Henning Ørsted Pedersen, que foi sua influência inicial.
“The Dream” foi composta para um duo com Pat Metheny, mas a entonação vibrante,
suavemente amplificada, de Catherine é perfeita para ele, também. O título
deve, ainda, desencaminhar, mas tomado como o planejado, oferece puro bálsamo.
Faixas:
Canter; Everything I Love; White Noise; But Beautiful; The Dream; Autumn Bugle;
A Genius And A Saint; I Fall In Love Too Easily. (44:14)
Músicos:
Martin Wind, baixo; Philip Catherine, guitarra; Ack van Rooyen, flugelhorn.
Fonte: Brian
Morton (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário