Embora, o saxofonista britânico Evan Parker tenha sido
devidamente celebrado por sua maestria na livre improvisação, suas raízes são
profundas no jazz. Ele tem realizado performances, que ele mesmo chama de seus
trabalhos de “jazz”, tal como seu, mensalmente, regular show no Vortex de Londres.
O soberbo quarteto neste novo álbum reuniu-se para um
trabalho em Junho de 2019, e no dia seguinte eles foram para o estúdio. Este
trabalho foi postergado, como muitas coisas, no início da pandemia da COVID — que
o músico cético tem cruelmente rejeitado como algo como uma armadilha, e o
título de algumas faixas foram denominadas após passagens de A Journal of the Plague Year de Daniel
Defoe. Afortunadamente, a negação da COVID por Parker segue sem este projeto particular,
um maravilhoso documento do tipo de uma interação febril do grupo, que prosperou
ao longo de meio século.
Embora, os créditos ao compositor sejam dados, a música é
toda improvisada. A maioria das sete faixas vem em pequenos pedaços fora do
comum, extendendo-se de dois a oito minutos, e alguns sutis desvanecimentos
sugerem edições. Apenas os 24 minutos de “The Weather Set In Hot” assemelham-se
a uma espécie de excursão ampliada, que nós podemos esperar de Parker. Entretanto,
a música é soberba, quer impulsionada por febris entrelaçamentos, espancamentos
e severos ataques de arco do baixista John Edwards desencadeiam em “The Alchemy
Of John Edwards” ou os acordes interrompidos e rajadas do que o pianista
Alexander Hawkins usa para acalmar o tempo em “A Blazing Star Or Comet Appeared”.
Porém, a faixa longa é a mais satisfatória, como a música pacientemente constrói
sua velocidade, cada participante alcançando a sua, enquanto estão concectados
indissoluvelmente ao fluxo da banda.
Faixas: All
Knavery And Collusion; The Alchemy Of John Edwards; A Well Staring At The Sky;
The Influence Of The Dog Star; A Blazing Star Or Comet Appeared; The Weather
Set In Hot; Art Is A Science….. (51:35)
Músicos: Evan Parker, saxofone tenor; Alexander Hawkins,
piano; John Edwards, baixo; Paul Lytton, bateria.
Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos
melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.
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