Talvez o fato dele ter assumido a cadeira de Paul Gonsalves
na orquestra de Mercer Ellington, quando ele ainda era um garoto, levou as
pessoas a pensarem que ele ainda tinha que se afirmar. Houve um breve período
com Charles Mingus. E houve sua associação com Lionel Hampton, atuando como
solista. Ford atuou em considerável número de bandas, mas notavelmente com Tom
Harrell em “Play of Light (Palo Alto, 1982) ”, onde a força do seu toque foi
marcante, se não majestoso. Ele passou um tempo, no final dos anos 1980, como
um artista residente na Brandeis
University, e fez uma série de gravações, agora difíceis de encontrar, com
uma galáxia de importantes instrumentistas da Muse Records. Houve “American-African Blues (Candid, 1993) ”, uma
gravação impressiva sem qualquer standard.
Então, ele foi para a Europa, onde ele, aparentemente, ainda reside.
Ford tem estado por aí durante cinquenta anos, basicamente recapitulando
a história do sax no jazz em seu toque, se você esteve ouvindo. De qualquer
maneira, um colega comentou, "ele se perdeu na mistura". O que é uma
injustiça. Se ou não esta gravação pretendeu reintroduzir Ford para uma
audiência estadunidense não fica óbvio, mas se o faz, isto será apenas
agradável. Em algum momento, talvez deva vir em "Paul's Scene" uma
pessoa propensa a pensar, "Cara, pode este rapaz soprar ou o que?" Bem,
sim, ele pode. Esta gravação objetiva a reintrodução de Ricky Ford a uma nova
geração de ouvintes? Não está claro. Todavia, ele está de volta, embora Ford
provavelmente diria "Eu nunca sumi" e independente da grandeza que
ele sintoniza, Ford sempre encontra "eu soo como eu mesmo". Benny
Golson chama este "um maravilhoso CD". Ele não está exagerando.
Seis das faixas de “The Wailing Sounds of Ricky Ford” são
inéditas, e os arranjos são todos dele. Iniciando com "Ricky's Bossa",
que é apenas isto: um saboroso, relaxado e melodioso reprise do gênero
"Desafinado", dentre outras. Ford lacrimeja em "Fer", que
deve suportar a "ferocidade" e aproveita uma excepcional seção
rítmica formada por Mark Soskin (piano), Jerome Harris (guitarra baixo) e Barry
Altschul (bateria). Oh, sim, Ford cita "Buzzy", no caso Dexter Gordon
e Red Rodney não me dizem nada. "The Wonder" aos 6:50, é a faixa mais
longa da gravação. É plena de Paul Gonsalves e um pouco mais, George Coleman
incluso. O piano entalhado de Soskin competindo com a liberdade harmônica para
a tocar o que ele quer. "That Red Clay" é uma espécie de calypso, que
evoca Sonny Rollins sem imitá-lo. "The Essence of You" soa como se
constroi "I Remember Clifford", se faz ou não, e não é outro momento
"como Sonny". "The Stockholm Stomp" é, bem, animada.
"Angel Face" altera completamente. É um contrafato de "Lover Man?". Se não é, seria. Porém,
com um pouco de Coleman Hawkins sangrando ........
Se alguma vez, se perguntou sobre o que aconteceu com Ricky
Ford, "grande instrumentista", não precisa perguntar mais. E se você
esteve sintonizado todo este tempo, sorte sua. Você deveria contar-nos para que
o resto de nós prestasse atenção. Melhor tarde do que nunca.
Faixas: Ricky's
Bossa; Fer; The Wonder; That Red Clay; The Essence ofYou; The Stockholm Stomp;
Angel Face; Paris Fringe; I Can't Wait to See You; Paul's Scene; Frustration; Mabulala.
Músicos: Ricky
Ford: saxofone tenor; Barry Altschul: bateria; Jerome Harris: baixo; Mark
Soskin: piano.
Fonte: Richard
J Salvucci (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário