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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

VINCENT PEIRANI – JOKERS (ACT Music)

No início dos anos 1970, jazz e rock interseccionaram, e a fusion foi gerada. No novo milênio, fusion e rock progressivo são às vezes comemorados na mesma estrada. Música pode facilmente ser classificada em uma categoria ou outra, e, consequentemente, pode apenas ser, tranquilamente, esquecida.   A dinâmica da nova gravação de Vincent Peirani, “Jokers”, é um fino exemplo do dilema. Peirani tem diversas gravações em seu crédito. Aqui ele toca Nine Inch Nails e Marilyn Manson no acordeón. Sim, você leu corretamente. Ao longo do trabalho ele também toca clarinete, teclados, acordeón, music box, carrilhão e mais. Realmente, “Jokers” é uma monstruosamente engenhosa coletânea de música. Junto ao guitarrista Federico Casagrande e ao baterista Ziv Ravitz, Peirani realiza um profundo mergulho no expressionismo, melodias, faixas de desenfreado instrumental e eclode em abordagens heterodoxas. É o tipo de gravação que deve inspirar uma reação tipo “ eu nunca ouvi qualquer coisa como esta antes".

"This Is The New Stuff" de Manson é explosiva tanto quanto é reimaginada. A implementação heavy metal do original é recolocada por uma suave introdução em uma music box antes da pulsação do acordeón elétrico de Peirani explodir. Uma breve linha robusta do baixo está flertando com um lado melancólico, liderando o poder da bateria e da guitarra elétrica. A melodia espirituosa está adequada para o acordeón em seus floreios altamente motivadores nas teclas. Através das muitas mudanças improvisadas da seção rítmica salta para uma semiconclusão, mesmo antes que a music box diga adeus. No início de "Salsa Fake", o sentimento de partes bem conhecidas parece estar no cinema. Bateria como contraponto das teclas é encontrada pela aquecida programação roqueira da guitarra, que soa como se eles estivessem vindo de um mundo diferente...ou ao menos de outra caixa acústica.

A intensidade goteja e nós deslizamos para um acordeón agradável em um passeio de balsa em "River". A respeito da antecedente erupção de energia, esta melodia vivaz marca uma significante atração direcional. Com a dobra temática ainda em funcionamento, "River" serpenteia para sua conclusão com rápidos incrementos do baterista Ravitz. "The Circus Of Lights" retrata um astronômico senso de cores vindo do som. Nesta peça inteligente e inventiva de Peirani, giros do acordeón emanam em espirais alucinógenas. Se alguém esteve viajando nesta gravação teria certamente chegado agora. Então, seu tempo teve sua martelada no headspace (NT: é uma ferramenta grátis desenvolvida para auxiliar pessoas que desejam praticar meditação. Disponível para celulares Android e iPhone (iOS), o serviço usa as informações do usuário para implementar um plano de atividades diárias com lições em áudio) de Nine Inch Nails. Peirani e companhia manobram para manter o poder bruto de "Copy of A", enquanto febrilmente a explora no acordeón. Se seu sistema de som chega a dez, este deve ser um bom tempo para usá-lo.

Eles, então, vão um pouco para baixo em "Twilight". Esta peça traz um sentimento calmo e sereno à paisagem com apenas um pouco de melancolia. O tempo não é essencial em "Twilight". Não deve existir nesta nebulosa terra obscura para onde somos transportados. Se há uma música que realmente clama "jazz" é "Heimdall". As improvisações falam disto, mas outra vez, há também uma guinada de rock progressivo. Frases musicais crepitantes da guitarra com uma seção rítmica igualmente fervente, que só abre caminho no momento da infusão do jazz. O vigoroso e todo abrangente crescendo foi impulsionado pelo poder da alegria eletrônica. "Ninna Nanna" encerra o espetáculo após atormentar alguém no princípio com um pouco de gato e rato conforme a direção que eles seguem. Um dueto de guitarra suave e acordeón emergem. Eles impulsionaram a proximidade, enquanto permanecendo em amplo espaço.

“Jokers” é uma poderosa declaração de um artista conhecido pelo risco que corre. Nunca há um momento insípido. O vínculo entre estes músicos fortalece uma jornada desenvolta e configurações. Peinani emite um convite para caminhar fora da norma, o usual, o mundano e abre sua mente para uma experiência vívida, nova e inesperada.

Faixas : This Is The New Shit; Salsa Fake; River; Les Larmes de Syr; Circus of Light; Copy of A; Twilight; Heimdall; Ninna Nanna.

Músicos: Vincent Peirani: acordeón; Federico Casagrande: guitarra; Ziv Ravitz: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=-VwjYiPjBrA

Fonte: Jim Worsley (AllAboutJazz)

 

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