No início dos anos 1970, jazz e rock interseccionaram, e a fusion foi gerada. No novo milênio, fusion e rock progressivo são às vezes
comemorados na mesma estrada. Música pode facilmente ser classificada em uma categoria
ou outra, e, consequentemente, pode apenas ser, tranquilamente, esquecida. A
dinâmica da nova gravação de Vincent Peirani, “Jokers”, é um fino exemplo do
dilema. Peirani tem diversas gravações em seu crédito. Aqui ele toca Nine Inch Nails e Marilyn Manson no
acordeón. Sim, você leu corretamente. Ao longo do trabalho ele também toca clarinete,
teclados, acordeón, music box, carrilhão
e mais. Realmente, “Jokers” é uma monstruosamente engenhosa coletânea de música.
Junto ao guitarrista Federico Casagrande e ao baterista Ziv Ravitz, Peirani realiza
um profundo mergulho no expressionismo, melodias, faixas de desenfreado
instrumental e eclode em abordagens heterodoxas. É o tipo de gravação que deve
inspirar uma reação tipo “ eu nunca ouvi qualquer coisa como esta antes".
"This Is The New Stuff" de Manson é explosiva
tanto quanto é reimaginada. A implementação heavy
metal do original é recolocada por uma suave introdução em uma music box antes da pulsação do acordeón
elétrico de Peirani explodir. Uma breve linha robusta do baixo está flertando
com um lado melancólico, liderando o poder da bateria e da guitarra elétrica. A
melodia espirituosa está adequada para o acordeón em seus floreios altamente
motivadores nas teclas. Através das muitas mudanças improvisadas da seção
rítmica salta para uma semiconclusão, mesmo antes que a music box diga adeus. No início de "Salsa Fake", o
sentimento de partes bem conhecidas parece estar no cinema. Bateria como
contraponto das teclas é encontrada pela aquecida programação roqueira da guitarra,
que soa como se eles estivessem vindo de um mundo diferente...ou ao menos de
outra caixa acústica.
A intensidade goteja e nós deslizamos para um acordeón agradável
em um passeio de balsa em "River". A respeito da antecedente erupção
de energia, esta melodia vivaz marca uma significante atração direcional. Com a
dobra temática ainda em funcionamento, "River" serpenteia para sua
conclusão com rápidos incrementos do baterista Ravitz. "The Circus Of
Lights" retrata um astronômico senso de cores vindo do som. Nesta peça inteligente
e inventiva de Peirani, giros do acordeón emanam em espirais alucinógenas. Se
alguém esteve viajando nesta gravação teria certamente chegado agora. Então,
seu tempo teve sua martelada no headspace
(NT: é uma ferramenta grátis desenvolvida para auxiliar
pessoas que desejam praticar meditação. Disponível
para celulares Android e iPhone (iOS), o serviço usa as informações do usuário
para implementar um plano de atividades diárias com lições em áudio) de Nine Inch Nails. Peirani e companhia manobram para
manter o poder bruto de "Copy of A", enquanto febrilmente a explora
no acordeón. Se seu sistema de som chega a dez, este deve ser um bom tempo para
usá-lo.
Eles, então, vão um pouco para baixo em "Twilight".
Esta peça traz um sentimento calmo e sereno à paisagem com apenas um pouco de
melancolia. O tempo não é essencial em "Twilight". Não deve existir
nesta nebulosa terra obscura para onde somos transportados. Se há uma música
que realmente clama "jazz" é "Heimdall". As improvisações
falam disto, mas outra vez, há também uma guinada de rock progressivo. Frases
musicais crepitantes da guitarra com uma seção rítmica igualmente fervente, que
só abre caminho no momento da infusão do jazz. O vigoroso e todo abrangente crescendo
foi impulsionado pelo poder da alegria eletrônica. "Ninna Nanna" encerra
o espetáculo após atormentar alguém no princípio com um pouco de gato e rato conforme
a direção que eles seguem. Um dueto de guitarra suave e acordeón emergem. Eles
impulsionaram a proximidade, enquanto permanecendo em amplo espaço.
“Jokers” é uma poderosa declaração de um artista conhecido
pelo risco que corre. Nunca há
um momento insípido. O vínculo entre estes músicos fortalece uma jornada
desenvolta e configurações. Peinani emite um convite para caminhar fora da
norma, o usual, o mundano e abre sua mente para uma experiência vívida, nova e
inesperada.
Faixas : This
Is The New Shit; Salsa Fake; River; Les Larmes de Syr; Circus of Light; Copy of
A; Twilight; Heimdall; Ninna Nanna.
Músicos: Vincent Peirani: acordeón; Federico Casagrande:
guitarra; Ziv Ravitz: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=-VwjYiPjBrA
Fonte: Jim Worsley (AllAboutJazz)
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