É algo confuso imaginar a nova caixa de trabalho de Albert
Ayler, “Revelations”, como uma busca elevada do que é colecionável na Record Store Day. Com 5 discos, 10 lados,
a coisa é bestial. E ainda assim, isto é o que muitos quiseram em 23 de Abril, e
alguns lojistas esperançosos tiveram a negação.
Isto documenta um período singular do trabalho de Ayler. Ele
estava preparando o seu último lançamento, que ele gravaria em sua vida: Music Is The Healing Power Of The Universe
(quatro das cinco faixas que estão aqui). Um mês antes, ele reproduziu dois
trabalhos gravados na França na Foundation
Maeght, Saint Paul-De-Venice, em Julho de 23 e 27, 1970.
O que foi capturado, aqui, é um lançamento sem paralelo de
Ayler. Algo disto foi lançado como Nuits
de la Fondation Maeght, mas não tudo dele. Foi miraculosamente desenterrado
pela Elemental Music.
Assim, vamos à história de fundo. As notas para o disco, apropriadamente,
a expõe em quatro “Revelations NT: Revelações”. A primeira é Mary Maria Parks, sua
parceira do último período, vocalista e destroçadora no saxofone soprano. Então,
há Steve Tintweiss e Allen Brairman, e baterista novos no acompanhamento de Ayler.
Call Cobbs, que tocou com Ayler antes, retorna aqui, mas apenas no segundo dos
dois dias gravados. Finalmente, nós temos uma plenitude de improvisações vocais
próprias de Ayler, simultaneamente zombeteiras e deliciosas.
Desde o início — “Music Is The Healing Force Of The
Universe” — você está tendo discernimento sobre Ayler. Não é uma coisa fácil
vir a ser comovente, com notas atrativas vindo do saxofone, mas ele poderia,
facilmente, vir a ser. A coisa foi, então ele dissecou o instrumento para
apavorar com guinchos para provar suas intenções. Parks, finalmente, assume a
canção com conselhos como, “Apenas abra sua alma e deixe o amor entrar”. Definitivamente!
Em outra parte, em faixa como “Birth Of Mirth”, Tintweiss e
Brairman comprovam o lugar deles como suporte de Ayler em uma forma orquestral e
dando-lhe plenitude de espaço.
Quando ele apresenta seu grande sucesso, “Ghosts”, e a
audiência dá até uma rodada de aplausos, você pode praticamente contar o número
de mãos na sala. Porém, o uso do arco no elevado solo de baixo serve como uma
lembrança da razão pela qual o free-jazz
foi o que foi. É como: “Nós estamos indo tocar os tradicionais instrumentos do jazz,
mas ainda estará sendo estranho! ”.
Então há “Revelations” partes 1, 2, 3, 4, 5 (elas mesmas em
duas partes) e 6. Há tantas corridas através destas passagens. Primeiro de tudo,
desde o início, Parks realmente o desafia no saxofone soprano. Na terceira parte,
Ayler segue sua marca registrada de toque um movimento quase identificável para
harmonizar a sementeira, como se para dizer, “See?. Isto poderia ser alguma
coisa. Não tem de ser um standard ”. Partes
posteriores apresentam solos espetaculares de bateria e baixo.
Quando Ayler passa para “Truth Is Marching In” não é
diferente da maneira como ele tocou no The
Village Vanguard quatro anos antes. Ele apenas explode até sua competente
seção rítmica se sentir em casa. Entretanto, “Zion Hil”, que apresentou Cobbs na
espineta em ”Love Cry em 1968, está muito solto e mais relaxado aqui com Cobb ao
piano. A audiência está, audivelmente, reconhecedora.
Talvez, devido ao recente álbum de Ayler, e incorretamente
criticado, “New Grass”, sua banda neste ponto estava disponível para tentar uma
batida de fundo, um novo movimento para o rei da rejeição europeia do ritmo e
harmonia. Um grande exemplo disto é “Again Comes The Rising Of The Sun”, sobre
o qual Parks declara, “Nós sempre estamos estudando e planejando realizar um
proveitoso, e ao final surpreender, caso tenha valido a pena”. Prega.
Fica melhor a partir de lá. “Holy Family” fora do álbum “Spirits
Rejoice” de 1965, é apenas a entonação direta do jazz, expandida do seu
comprimento original de dois minutos a 12, e nunca sai dos trilhos, e com a seção
rítmica dispara todos os cilindros. Entretanto, “A Man Is Like A Tree” é
fraturada, mais perfeita, com Parks vocalizando o caminho.
A verdade que chega aqui deve estar em “Holy Holy”, uma peça
de seis anos, que ele dobrou o tamanho e que prova ser despudoradamente livre.
Outro destaque está em “Thank God For Women” (uau, ele tinha
um jeito para títulos de músicas), uma faixa que a Impulse! rejeitou (de acordo com as notas para o disco) mas está arejada
aqui.
Adequadamente, tudo encerra com “Music Is The Healing Power
Of The Universe” outra vez, com Ayler dando mais um ensaio de música ao final
de noite e Parks, fiel à forma, declarando, “Música nunca está completa. Está sendo. Está sempre lá”.
Então, na faixa final, “Mary Parks Vocal
Announcement/Curtain Call”, Parks diz, “Nós estamos tão felizes em estar com
vocês. Nós amamos muito vocês ”.
Em menos que quatro meses, Ayler seria encontrado morto no East River em Nova York.
Fonte: Daniel Margolis (DownBeat)
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