Na tradição de trio sem cordas do saxofonista tenor Sonny
Rollins em “A Night At The Village Vanguard (Blue Note, 1957) ” e do
saxofonista alto Lee Konitz com seu “Motion (Verve, 1961)”, o saxofonista alto
Rudresh Mahanthappa oferece seu “Hero Trio”, um saxofone, baixo e bateria excursionando
e acenando para seus influentes heróis musicais.
Mahanthappa iniciou sua carreira à sombra de Vijay Iyer, tocando
nos álbuns do pianista “Panoptic Modes (Red Giant, 2001) ”, “Blood Sutra (Pi
Recordings, 2003) ” e “Reimagining (Savoy Jazz, 2005) ”. Porém, ele libertou-se
daquela sombra com excelentes gravações sob seu próprio nome como “Mother
Tongue (Pi Recordings, 2004) ” e “CodeBook (Pi Recordings, 2006) ” e consistentemente
alcançou sucesso com a incorporação da sonoridade da música da sua Índia
ancestral. Sua entonação seca e propulsiva no sax alto é característica. Ouça com
os olhos vendados e com cinco notas você saberá quem ele é, se atuando na Arturo O'Farrill's Latin Afro Jazz Orchestra
ou no projeto Miles From India de Bob
Belden, ou em um dos trabalhos de Vijay Iyer ou em um dos seus.
O som do seu “Hero Trio”, com o baixista Francois Moutin e o
baterista Rudy Royston, irrompe com uma distinção articuladamente solta, também.
Uma peça companheira de gêneros para “Bird Calls (ACT Records)” de Mahanthappa
em 2015, que apresentou composições originais do saxofonista alto inspirado
pelo inspirador Charlie Parker. “Hero Trio” é a primeira gravação de Mahanthappa
com trabalhos não originais. Ele homenageia muitos dos seus heróis: Stevie
Wonder, Ornette Coleman, Keith Jarrett, Johnny Cash, John Coltrane, e, mais uma
vez, Charlie Parker, abrindo e encerrando o disco com músicas de
Parker—"Red Cross" e "Dewey Square," respectivamente.
O som é livre e vivo, músicas agitadas parecendo uma trilha
sonora para vídeo para batedores da primeira liga, tentando alcançar o
impossível e imprevisível bamboleio da recepção de um jogador. Compridos, desengonçados
batedores, quantidades de joelhos e cotovelos e tacos agitados, profissionais
maduros engajados na difícil tarefa com um contorcionismo gracioso, o desenho
do voo da bola no sax alto de Mahanthappa, baixo e bateria perturbando os
rebatedores em suas tentativas elásticas.
Liberdade dos acordes e um coletivo entusiasmado dá à música
um sentimento jovial e articulado. A abertura, "Red Cross", é um
prazeroso assalto, cheio de vida. "Barabados/26-2" coloca Parker e
Coltrane juntos, em um modo ameaçador, como uma tempestade rolando fora do
oceano.
O grupo toma alguns standards
como "I Can't Get Started" e "I'll Remember April", o
primeiro um canto lamentoso, a última, um aquecido manifesto, que poderia se
ajustar à previamente mencionada “Codebook” de Mahanthappa.
Então há o sucesso de Johnny Cash, "Ring Of Fire",
afirmando que não há razão para você tomar a música seriamente e ter alguma
alegria ao mesmo tempo. O trio toca de forma franca, com uma vivacidade em seu
passo, talvez com a língua na bochecha, uma nova luz brilhando no som
desenvolvido pela Sun Records.
Faixas: Red
Cross; Overjoyed; Barabados/26-2; I Can't Get Started; The Windup; Ring Of
Fire; I'll Remember April; Sadness; Dewey Square.
Músicos: Rudresh Mahanthappa: saxofone alto; Francois
Moutin: baixo; Rudy Royston: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=RLNOPcdmsgY
Fonte: Dan
McClenaghan (AllAboutJazz)
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