O altamente original trabalho do violinista Jeff Gauthier e
do cellista Maggie Parkins, estrelas da nova cena musical da Costa Oeste,
resiste a classificações. “Smudges”, a estreia deles, ressoa, pulsa e agrada.
De “Music Of Chants”, o memorial de Guy Klucevsek para John
Cage, através de “Release”, a jornada estratificada de Tom Flaherty através do
eco e repetição, “Song And Call” é este intrépido compartilhamento emparelhado
do natural e tecnologia. O resultado é uma espécie de música de câmara
cibernética que, desde o começo, mergulham os ouvintes na catedral da mente.
Gauthier e Parkins estendem-se na faixa título, onde balança
o arco e um anúncio sibilante de Parkin como uma conferência em um aviário
passando por amostras desaceleradas de cantos de pássaros, as vozes
desencadeadas pelos pedais de Gauthier. O que inicia, exclusivamente, o aviário
breve mimetiza os sons de uma floresta chuvosa. O que começa calmamente passa a
ser frenético. Os sons, às vezes, imensamente eletrônicos, sempre parecem natural.
Outras faixas são apenas surpreendentes, da desimpedida “The
Gigue Is Up” à fervilhante “Blitva”, uma tomada mais curta que um barco
guinando em seu caminho através de uma tempestade. “Gigue” é uma festa na qual Parkins
ascende harmonicamente conforme Gauthier acelera o passo. A ressaca eletrônica transmite
ameaça e divertimento. “Blitva” é pesadamente repetitiva, as cordas engrossando
a proteção contra a turbulência.
Largamente composto por Gauthier e Parkins, o ambicioso “Song
And Call” é um ilimitado experimento de sucesso em criatividade. Este par transita
na inteligência. Se é tecnológico ou natural não importa muito.
Faixas:
Music Of Chants (in memory of John Cage); Julius Caesar Eyebrows; The Gigue Is
Up; Kasha’s Lament; Matter Of Time; Song And Call; Blitva; Palindrones (for
Bobby); Release. (53:08)
Músicos: Jeff Gauthier, violino, violino elétrico, samples,
eletrônica; Maggie Parkins, cello, assobios.
Fonte: Carlo Wolff (DownBeat)
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