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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

AKUSMI - FLEETING FUTURE (Tonal Union)

Alguém que desfruta álbuns históricos, que são o manifesto minimalista “In C (Columbia, 1968) ”, de Terry Riley e a obra-prima do quarto mundo de Jon Hassell, “Dream Theory In Malaya (EG, 1981) ” tem uma grande surpresa. Atualmente, um triplo deleite. Francês, residente em Londres, o compositor e produtor Pascal Bideau, do fascinante “Fleeting Future”, que é impregnado de não só um daqueles álbuns, mais ambos, e como bônus, o disco de Bideau suínga de uma forma que Riley e Hassell não fazem. Junto com “Isabela (ECM) ” do saxofonista tenor Oded Tzur, “Fleeting Future” é um dos melhores álbuns a serem escutados em 2022.

Akusmi compreende quatro músicos, mas é, essencialmente, um solo multicamadas de Bideau, que toca saxofone alto, guitarra baixo, flautas, gongos, guitarra, percussão, piano e sintetizadores. Inspirado, em parte, pela música de gamelão (NT: Um gamelão é um conjunto de música tradicional e também o instrumento musical coletivo típico das ilhas de Java e Bali, na Indonésia) e gongo, que ele ouviu enquanto viajava pela Indonésia, Bideau gravou o álbum em seu estúdio caseiro entre 2017 e 2019 e, então, remeteu os arquivos para Berlin, onde o saxofonista alto e soprano, Ruth Velten, o baterista Daniel Brandt e o trombonista Florian Juncker adicionaram suas partes. A maioria das oito faixas soa meio-formadas, embora algumas linhas instrumentais também soem estivessem improvisadas. Porém, dado a quantidade de sobreposições, edição e aprimorada pós-produção que Bideau empregou, que é da proporção de Teo Macero / Miles Davis, a distinção entre o pré-escrito e o realizado no momento é irrelevante.

As influências de Hassell e do gamelão são explícitas em apenas algumas faixas. Ecos de Riley são mais difundidos. O foco de “Fleeting Future” no meio de altos registros, por meio de saxofones soprano e alto, flautas e teclados, colocando em primeiro plano o clarinete, flauta e teclados em que espelha Riley “In C”. Riley também usou um (em registro mais baixo) trombone, e assim fez Bideau, mas por profundidade antes de sons de tons fundamentais, outra vez mais como Riley. A agilidade de balé em “Fleeting Future” é também reminiscente de “In C”, enquanto a dissonância ocasional da fronteira cromática de Bideau adiciona algumas faixas, que separa seu trabalho daquele de Riley. Como Riley, Bideau é também adepto da intensificação da dinâmica em uma forma em que Hassell não foi , preferindo, na maior parte, permanecer descontraído.

Insuficiente como comparações. Ultimamente, o álbum de Bideau transcende suas influências formativas e representa um trabalho moderno e individual. Nunca deve ter acontecido se em “In C” e “Dream Theory In Malaya” não tivesse vindo antes, mas tem sua própria voz. Os compassos da abertura são aparentes sobre algo especial para se desdobrar, e é bastante seguro.

“Fleeting Future” é uma aposta certa para uma lista de álbum do ano.

Faixas: Fleeting Future; Sarinbuana; Divine Moments Of Truth; Neo Tokyo; Longing For Tomorrow; Cogito; Concrescence; Yurikamome.

Músicos: Pascal Bideau: saxofone alto, guitarra baixo, flautas, gongos, guitarra, percussão, piano, percussão, sintetizadores; Ruth Velten: saxofone alto e soprano; Daniel Brandt: bateria, sintetizadores; Florian Juncker: trombone.

Fonte: Chris May (AllAboutJazz)

 

 

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