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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

DAVE SLONAKER BIG BAND – CONVERGENCY (Origin Records)

O compositor e maestro, Dave Slonaker, provavelmente, não se qualificaria como "prolífico" ao menos baseado em apenas um lançamento gravado, conforme ele dispende um pouco do seu tempo atrás das cenas em filmes e trabalhos na televisão, mas alguém deve apreciar o nível da sua habilidade, que ele traz aos seus projetos de orquestras. Seu lançamento de estreia, “Intrada (Origin Records, 2014) ”, recebeu uma bem merecida nominação ao Grammy, e seu trabalho posterior é não menos consumado, com as composições bem concebidas e um trabalho orquestral excepcional, que justifica toda a atenção, que, sem dúvida, receberá.

Excetuando a última faixa, a composição de Harry Warren/Mack Gordon, "I Had the Craziest Dream", o álbum apresenta composições de Slonaker, todas plenamente realizadas, jornadas multifacetadas, que se desenvolvem em intrigantes direções. A faixa título do álbum começa as coisas maravilhosamente, com uma energia fervorosa e um arranjo diabolicamente complexo. "A Curve in the Road" é, similarmente, divergente em sua orquestração, com uma urgência crescente, que emerge conforme a peça se desenvolve. A seção rítmica de Slonaker é excelente, formada pelo pianista Ed Czach, pelo baixista Edwin Livingston e pelo baterista, todos tendo atuado em “Intrada”. Erskine está especialmente inestimável, alternadamente enrolando as peças com sutis interjeições e animando-as com vigorosas ações rítmicas.

Embora os tempos animados e aquecidos sejam excelentes, assim também são aqueles que tomam uma forma menos tempestuosa. "A Gathering Circle" tem toda a riqueza evocativa de uma composição de Maria Schneider, confiando mais pesadamente no humor que no deslumbramento de uma orquestra e "Vanishing Point" estabelece um arco narrativo convincente, iniciando em um veio reflexivo, tomando uma postura mais assertiva sob ostinato atraente do baixo, e integrando os instrumentos de sopro em formas expressivas, fazendo excelente uso do qualificado som imaculado do álbum, assim que cada nuance é prontamente audível. E enquanto arranjos astutos de Slonaker requereriam um pouco de nossa atenção, ele também se baseia em contribuições superlativas dos seus colegas, com finos solos que se apresentam ao longo do álbum. Destaques incluem o dinâmico saxofone soprano de Bob Sheppard, que transporta "Vanishing Point" juntamente com sua trajetória variada, e o saxofonista tenor Tom Luer, que soa com inflexão latina em "Uncommonly Ground".

É também merecedor de menção que, ao contrário da estreia de Slonaker, esta gravação foi feita em circunstâncias altamente adversas, em Outubro de 2021, para ser exato, durante o centro da pandemia. Conseguir reunir qualquer banda para uma gravação foi um grande desafio, principalmente uma com vinte músicos. É um testamento para Slonaker e sua visão de banda e dedicação, que eles foram capazes de impulsionar e com excelentes resultados para mostrar.

Faixas: Convergency; Uncommonly Ground; Duelity; A Gathering Circle; A Curve in the Road; Inner Voices; Sometimes a Notion; Vanishing Point; And Now the News; I Had the Craziest Dream.

Músicos: Dave Slonaker: compositor/maestro; Bob Sheppard: saxofone tenor; Brian Scanlon: trompete; Rob Lockart: clarinete; Tom Luer: clarinete baixo; Adam Schroeder: saxofone  barítono; Jay Mason: saxofone barítono (2, 3, 6, 8, 9); Ryan DeWeese: trompete (2, 3, 6, 8, 9, 10);   Wayne Bergeron: trompete; Dan Fornero: trompete; Clay Jenkins: trompete; Ron Stout: trompete; Alex Iles: trombone; Charlie Morillas: trombone; Ido Meshulam: trombone; Bill Reichenbach: drums; Ed Czach: piano; Larry Koonse: guitarra (2, 4); Edwin Livingston: bass; Peter Erskine: bateria; Brian Kilgore: percussão (2, 4, 9).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ZtfmlzsHeP8

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz)

 

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