O compositor e maestro, Dave Slonaker, provavelmente, não se
qualificaria como "prolífico" ao menos baseado em apenas um
lançamento gravado, conforme ele dispende um pouco do seu tempo atrás das cenas
em filmes e trabalhos na televisão, mas alguém deve apreciar o nível da sua
habilidade, que ele traz aos seus projetos de orquestras. Seu lançamento de
estreia, “Intrada (Origin Records, 2014) ”, recebeu uma bem merecida nominação
ao Grammy, e seu trabalho posterior é não menos consumado, com as composições
bem concebidas e um trabalho orquestral excepcional, que justifica toda a
atenção, que, sem dúvida, receberá.
Excetuando a última faixa, a composição de Harry Warren/Mack
Gordon, "I Had the Craziest Dream", o álbum apresenta composições de Slonaker,
todas plenamente realizadas, jornadas multifacetadas, que se desenvolvem em
intrigantes direções. A faixa título do álbum começa as coisas
maravilhosamente, com uma energia fervorosa e um arranjo diabolicamente
complexo. "A Curve in the Road" é, similarmente, divergente em sua
orquestração, com uma urgência crescente, que emerge conforme a peça se
desenvolve. A seção rítmica de Slonaker é excelente, formada pelo pianista Ed
Czach, pelo baixista Edwin Livingston e pelo baterista, todos tendo atuado em “Intrada”.
Erskine está especialmente inestimável, alternadamente enrolando as peças com
sutis interjeições e animando-as com vigorosas ações rítmicas.
Embora os tempos animados e aquecidos sejam excelentes, assim
também são aqueles que tomam uma forma menos tempestuosa. "A Gathering
Circle" tem toda a riqueza evocativa de uma composição de Maria Schneider,
confiando mais pesadamente no humor que no deslumbramento de uma orquestra e "Vanishing
Point" estabelece um arco narrativo convincente, iniciando em um veio
reflexivo, tomando uma postura mais assertiva sob ostinato atraente do baixo, e
integrando os instrumentos de sopro em formas expressivas, fazendo excelente
uso do qualificado som imaculado do álbum, assim que cada nuance é prontamente
audível. E enquanto arranjos astutos de Slonaker requereriam um pouco de nossa
atenção, ele também se baseia em contribuições superlativas dos seus colegas, com
finos solos que se apresentam ao longo do álbum. Destaques incluem o dinâmico
saxofone soprano de Bob Sheppard, que transporta "Vanishing Point" juntamente
com sua trajetória variada, e o saxofonista tenor Tom Luer, que soa com
inflexão latina em "Uncommonly Ground".
É também merecedor de menção que, ao contrário da estreia de
Slonaker, esta gravação foi feita em circunstâncias altamente adversas, em
Outubro de 2021, para ser exato, durante o centro da pandemia. Conseguir reunir
qualquer banda para uma gravação foi um grande desafio, principalmente uma com
vinte músicos. É um testamento para Slonaker e sua visão de banda e dedicação,
que eles foram capazes de impulsionar e com excelentes resultados para mostrar.
Faixas: Convergency;
Uncommonly Ground; Duelity; A Gathering Circle; A Curve in the Road; Inner
Voices; Sometimes a Notion; Vanishing Point; And Now the News; I Had the
Craziest Dream.
Músicos: Dave
Slonaker: compositor/maestro; Bob Sheppard: saxofone tenor; Brian Scanlon: trompete;
Rob Lockart: clarinete; Tom Luer: clarinete baixo; Adam Schroeder: saxofone barítono; Jay Mason: saxofone barítono (2, 3,
6, 8, 9); Ryan DeWeese: trompete (2, 3, 6, 8, 9, 10); Wayne
Bergeron: trompete; Dan Fornero: trompete; Clay Jenkins: trompete; Ron Stout:
trompete; Alex Iles: trombone; Charlie Morillas: trombone; Ido Meshulam:
trombone; Bill Reichenbach: drums; Ed Czach: piano; Larry Koonse: guitarra (2,
4); Edwin Livingston: bass; Peter Erskine: bateria; Brian Kilgore: percussão
(2, 4, 9).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ZtfmlzsHeP8
Fonte: Troy
Dostert (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário