A despeito do título do segundo álbum
do baterista/compositor, Francesco Ciniglio, como líder, “The Locomotive Suite”,
não embarrilham para frente com agressividade, resolução ou envolve a
complexidade para seu propulsivo interesse. Simplicidade sutil e enganosa é o
modus operandi de Ciniglio.
Em parte, o álbum caracteriza-se
através do frescor da sua paleta textural, incluindo os sabores característicos
do argiloso clarinete baixo de Matteo Pastorino e o toque suave do vibrafonista
Alexis Valet. A banda de Ciniglio é pan-global, com pátinas musicais e referencia
os pontos livremente, perambulando das raízes italianas aos ares de New Orleans
e adiante.
Breve interlúdios e configurações de
linhas em sua docemente integrada suíte, como quando na abertura “Laura
Martina” seguem na faixa mais longa, “Locomotive”, repleta com ecos de apitos
de trem e variando as sombras da locomoção rítmica. A agitação poética no
estudo de bateria-com-escovinhas de “The Turtle” lidera os contornos dramáticos
da faixa digna de prêmio do álbum, “Concern In The Background”, uma melodia com
entonação à la Ornette Coleman, que flutua em cima de uma pulsação com
estimulante suingue, que hipnoticamente desacelera, encerrando com um tema de
oito notas na abertura do álbum.
Faixas:
Laura Martina; Locomotive; Arlene’s March; Capitano; Self-Made Man; The Turtle;
Concern In The Background; 945 St. Nicholas Avenue; Mon Ange. (44:00)
Músicos: Francesco Ciniglio, bateria;
Raynold Colom, trompete, flugelhorn; Matt Chalk, saxofone alto; Matteo
Pastorino, clarinete baixo; Alexis Valet, vibrafone.
Nota:
Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em
2021 com a classificação de 4 estrelas.
Fonte: Josef Woodard (DownBeat)
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