Há um ano (21/8), esta coluna foi dedicada a Antônio Adolfo,
carioca de renome internacional, por conta do lançamento do álbum Jobim Forever, com o pianista-compositor
à frente de um septeto, na companhia de partners
habituais: Rafael Barata (bateria), Jorge Helder (baixo), Jessé Sadoc
(trompete, flugelhorn), Rafael Rocha (trombone), Marcelo Martins (sax tenor,
flauta) e Lula Galvão (guitarra).
Pois o reverenciado jazzman
– no ápice da carreira aos 75 anos – retorna agora às lojas e plataformas
virtuais no comando de um oiteto, incluindo os mesmos músicos acima citados,
com exceção do guitarrista Galvão, substituído por Ricardo Silveira. E
completado com a adição de Danilo Sinna (sax alto).
No novo CD do seu selo AAMusic, intitulado “Octet and
Originals”, o pianista apresenta temas da sua autoria, por ele arranjados e
interpretados pelos solistas em pouco mais de 50 minutos de música: Heart of
Brazil (5m35), Boogie baião (4m40), Emaú (5m10), Cascavel (4m10), Pretty world
(5m05), Teletema (5m55), Feito em casa (4m55), Minor chord (5m25), Zabumbaia
(5m45) e Toada moderna (4m35).
Nas breves notas de apresentação do álbum, o próprio Adolfo
comenta que as 10 composições por ele selecionadas ecoam estilos diversos da
música popular brasileira – além do samba propriamente dito e da bossa nova –
tais como: baião, partido alto, quadrilha, toada, calango e maracatu. E vale
lembrar que foi ele quem escreveu, no fim da década de 1960, a música de Sá
Marina, sucesso maior do cantor Wilson Simonal (1938-2000).
Na segunda faixa da setlist
o pianista-líder tira do baú a melodia de Como se dança o baião, de Luiz
Gonzaga (1912-1989), e o oiteto a recria de modo bem bluesy, com solos do
saxofonista Danilo Sinna e do guitarrista Silveira. Teletema é uma valsinha,
com realce para o flugel de Sadoc e o trombone de Rafael Rocha. Zabumbaia tem
como referência um tipo de bumbo nordestino (zabumba), e como destaques a
flauta de Marcelo Martins e o teclado do compositor. Em Toada moderna, Antônio
Adolfo inspira-se no pianismo elegante do reverenciado Bill Evans (1929-1980).
Fonte: LUIZ ORLANDO CARNEIRO (Jota)
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