Para “Trio”, Timo Lassy
centra a música dentro de seu novo grupo: ele mesmo, o baixista Ville Herrala e
o baterista Jaska Lukkarinen. Porém, o saxofonista finlandês realiza um giro no
clássico trio de saxofone via um amplo elenco de suporte, incluindo um grupo de
síntese eletrônica e uma orquestra de cordas, a Budapest Art Orchestra.
As cordas rapidamente
anunciam a presença delas em “Foreign Routes”, providenciando uma harmonia suntuosa.
Uma orquestração sublime sobre um balanço hipnótico da bossa de Herrala e
Lukkarinen, que poderia ser uma trilha sonora para um clássico de James Bond.
“Sointu” e “Sunday” exibem
uma extensa proficiência improvisadora de Lassy. Sua entonação rubra estabelece-se
em algum lugar entre Joe Henderson e Charles Lloyd, com alusões a Jan Garbarek.
“Pumping C” apresenta o
núcleo do trio, e não necessita assistência. Uma corajosa linha do baixo
estabelece a pressão na bateria de Lukkarinen inspirada em Art Blakey. Lassy dobra
e espertamente varia o ostinato, deslocando modos antes de decantar um solo
amigavelmente mixolidiano (NT: O modo mixolídio, na música, é um dos modos gregos. Caracteriza-se
por ser um modo misto, ou seja, é uma fusão da relação intervalar do segundo
tetracorde do modo lídio com o primeiro tetracorde do modo dórico).
Seus deslizamentos no saxofone sobre o pedal, lentamente entrelaçando parafusos
sonoros para um princípio agradavelmente inquietante.
“Orlo” relembra o matiz inteiro
para um final espetacular. O saxofone anuncia a melodia granulosa antes de todas
as diversos explosões adiante. Lassy salva o seu melhor por último com um solo apaixonado
sobre um ciclo de quarto acorde — seção rítmica, cordas e sintetizadores todos
em um turbilhão em um encerramento ajustado para um épico álbum de trio.
Faixas: Foreign Routes; Better Together; Sointu; Sunday; Subtropical;
Pumping C; Orlo. (41:32)
Músicos: Timo Lassy,
saxofone tenor, teclados (2, 5); Ville Herrala, baixo; Jaska Lukkarinen,
bateria; Tuomo Prättälä (3), Valtteri Pöyhönen (7), teclados; Abdissa Assefa,
percussão (5); Budapest Art Orchestra, arranjos. Marzi Nyman, maestro. Peter
Pejtsik (1, 2, 4, 7).
Para conhecer um pouco
deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ByPtFnhP2xo
Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.
Fonte:
Gary Fukushima (DownBeat)
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