O título da última gravação de Jacob Garchik une duas
separadas, mas essenciais, preocupações. Como resolver o negócio de manter os
músicos reunidos para tocar no meio de uma pandemia? E como manter a qualidade?
Reunindo no mesmo endereço os problemas com sucesso marcante. Fevereiro de 2021,
em Nova York, não era o melhor tempo para reunir uma banda ao vivo com um par
de instrumentos de sopro. Assim, o trombonista convocou seu grupo para o EastSide
Sound, um estabelecimento para gravação em Manhattan com seis salas
isoladas. Naquele tempo pré-vacina, proporcionou ao quinteto a chance para se
reunir e tocar com risco substancialmente reduzido de infectar um ao outro. O
ambiente também o capacitou a fazer gravações separadas de cada músico, tocando
simultaneamente com suas quatro contrapartes, que ele cortou, colou e reorganizou
em novos arranjos. O resultado desmente a vizinhança da música em sua produção prolongada.
Embora o título “Bricolage” prognostique um resultado alinhavado, Sam Newsome apresenta
um solo investigativo e aderente sobre circuitos do baixo e do trombone. Porém,
você não tem que se importar com a metodologia da gravação para ser tocado pelo
âmago emocional da música. “Homage” deve ter sido construída a partir de
diversas performances sobrepostas, mas a grandeza da música, o choro blueseiro,
a não argúcia com a qual suas partes são combinadas, requer atenção. Enquanto
colocados juntos na banda, em sequências que iniciam e encerram “Fanfare”, deslumbram
com suas complexidades, um ouvinte apenas se adequa para ser atraído de volta
para outra audição intimista e calorosa dos intercâmbios entre Sacks e Garchik
durante a lânguida seção intermediária da composição.
Faixas:
Coolage; Pastiche; Bricolage; Homage; Fanfare; Idee Fixe; Fantasia; Impromptu;
Reverie. (44.08)
Músicos:
Jacob Garchik, trombone; Sam Newsome, saxofone soprano; Jacob Sacks, piano;
Thomas Morgan, baixo; Dan Weiss, bateria.
Fonte: Bill
Meyer (DownBeat)
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