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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

JALEEL SHAW – ECHOES (Jaleel Shaw)

Jaleel Shaw segue seu próprio caminho. Ele é possuidor de uma extraordinária destreza técnica, um mestre do seu instrumento. Ele desenvolve longas linhas post-bebop sem piscar (ou pausando para respirar — ao menos é o que aparece em algumas faixas) e jornadas em zonas de vanguarda com clara e lúcida presença de espírito.

“Tulsa” é um vigoroso exercício de saxofone soprano reminiscente do trabalho de Roscoe Mitchell na forma intensa que suas linhas exploram um amplo raio de ação dinâmico e constroi penetrantes guinchos, mas há uma beleza lírica lá, tanto quanto relembra Wayne Shorter.

“Improvisation For Mom” carece de ternura naquilo que seu título expõe. Parece mais como um exercício escalar. Porém, talvez este seja o perfeito tributo para uma mulher, que educou um saxofonista. Alguém pode imaginar a mãe de Shaw dizer: “Muito bom, querido. Agora lave as mãos para o jantar”, quando ele terminou.

Em duas faixas, “Breonna” e no encerramento “Isolation”, Shaw adiciona eletrônica à mistura. A peça matriz é uma suave elegia com sutileza, reverberação remixada, mas a posterior é uma jornada real.

Seu alto é alimentado através de pedais e efeitos, empenando e ecoando por trás de si mesmo até soar como uma gaita, ou alguém soprando suavemente uma flauta.

Quando o retardo é longo o bastante e a passagem em repetição é tocada contra uma segunda linha, a ilusão que havia dois saxofonistas tocando em harmonia próxima é criada. Nos minutos finais da peça, o som parece estar desvendando tentáculos psicodélicos, já não identificável como um saxofonista afinal. É uma experiência completa.

Faixas: Lee; Breonna; Tulsa; Improvisation For Mom; Temesgen; On Being Invisible; DOOM; Silence; Isolation. (31:55)

Músicos: Jaleel Shaw, saxofones alto e soprano.

Fonte: Philip Freeman (DownBeat)

 

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