Oumou Sangaré estava visitando Nova York quando a pandemia desligou
os ânimos. Ela usou seu tempo em isolamento para compor a maioria das canções em
“Timbuktu”, coescrevendo um pouco com seu antigo companheiro de banda, o
instrumentista de n’goni (NT: é um
instrumento de cordas originário da África Ocidental),
Mamadou Sidibé. Conforme as coisas mudaram, ela viajou para Baltimore, Mali,
Burkina Faso e Paris para gravar. Mais de uma dúzia de músicos participaram das
sessões.
A música está , ainda, enraizada nos sons do seu lar em Wassulu,
região do Mali, mas há elementos internacionais sutis nos arranjos. Um dos seus
coprodutores, Pascal Danaë, adiciona lambidelas blueseiras na guitarra em
diversas faixas, incluindo a abertura do álbum, “Wassulu Don”. As letras de Sangaré
celebram a cultura de Wassulu, com a guitarra de Danaë e o circuito de bateria
funkeada suportando seu vocal em seu fluxo livre. “Kêlê Magni” lamenta as
dificuldades da Guerra Civil, que foi furiosa no Mali por mais de uma década. Inicia
com o ondulante balafon (NT: É um instrumento
musical comum na África sub-saariana e precursor do xilofone) e ritmos
no n’goni por trás e a chamada e resposta de Sangaré com o coro de
vocalistas. No meio do caminho, o blues distorcido na guitarra de Danaë e a linha
balançante do baixo providenciam uma propulsiva sustentação do pungente vocal
de Sangaré. Ela envolve as coisas com “Sabou Dogoné”, uma canção tradicional
que pede a Alá para conectá-la ao
conhecimento e sabedoria antiga do Mali, sustentada por acordes no órgão e
piano disperso por trás dela em seus vocais ferventes.
Faixas: Wassulu Don, Sira, Degui N’Kelena, Gniani Sara,
Timbuktu, Sarama, Kanou, Demissimw, Kêlê Magni, Dily Oumou, Sabou Dogoné
(41:43)
Músicos: Oumou Sangaré, Vocal; Pascal Danaë, dobro, percussão,
slide guitar, guitarras, coro, piano,
teclados, Moog, produção; Nicolas
Quéré, Moog, piano, clarinete, teclados, percussão, produção; Mamadou Sidibé,
ngoni, coro, percussão, teclados; Baptiste Brondy, percussão, bateria; William
Calhoun, percussão; David Coltun, violino; Rob Coltun, guitarra; Cheick
Diabata, banjo; Adama Diarra, djembe; Abou Diarra, percussão; Bala Kouyate,
balafon; Emma Lamadji, coro; Michael Coltun, baixo; Eliéser Oubda, teclados;
Rafgee, subassofone; Diarra Moussa Saifal, flauta; Laurent Vernerey, baixo.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=tulfimCd6JE
Fonte: j. poet (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário