playlist Music

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

THE ENDEAVOUR JAZZ ORCHESTRA NEW ZEALAND - SOLIPSIS — MUSIC OF RYAN BRAKE (Skydeck Music)

O conceito atrás da Endeavour Jazz Orchestra New Zealand é louvável. A banda foi criada originalmente para apresentar os melhores compositores jovens de jazz na Nova Zelândia, atuando ao lado de alguns dos melhores artistas de jazz do mundo — Alex Sipiagin no trompete, Dick Oatts no saxofone alto, Francisco Torres no trombone, John Escreet no piano e John RIley na bateria.

Normalmente esta seria o suficiente para a linha da trama por uma hora de excepcional jazz. Porém, o primeiro projeto da The Endeavour Jazz Orchestra New Zealand tem outro ângulo. “Solipsis — Music Of Ryan Brake” relaciona a si mesmo como inspirada por elementos do filme aclamado pela crítica, de 2008, “Synedoche, New York”. A exibição foi há 14 anos, e o falecido Philip Seymour Hoffman atua como um diretor de teatro encenando uma crescentemente elaborada produção com nenhum real senso de tempo. Seu desenvolvimento muda por anos. Os títulos dos seis movimentos de “Solipsis” referenciam as coisas ditas e vistas no filme. A primeira é a portentosa “Somewhere Between Stasis And Anti-stasis”, que adiciona a irrealidade, de ponta a ponta, do filme. Mais de 20 músicos (a maioria deles instrumentistas de sopro) da orquestra iniciam os procedimentos com um animado coral e, então, começa a passear em torno do arranjo, antes de exibir o solo desconcertante de Escreet, que está consistentemente agitado ao longo do álbum.

“Sycosis And Psychosis” refere-se a uma cena no filme na qual o personagem de Hoffman, Caden Cotard, explica para uma criança a diferença entre os dois — uma é a condição da pele; a outra é um problema de estado mental— como está claro, enquanto ele reconhece que ele tem a primeira, e ele também   tem a posterior. Nesta faixa, a orquestra encena um número mais lento com Escreet e o guitarrista Nick Granville atenciosamente atuando em paralelo, então membros da ampla seção de instrumentos de sopro, antes de agarrar a linha da composição para girar em torno, e então passa a bola para o guitarrista e o pianista. A canção interrompe e passa para um lânguido solo de guitarra e outro, notavelmente complexo e expressivo, solo de piano. Por todo o talento listado aqui, Escreet e Granville são as verdadeiras estrelas do projeto.

“Infectious Diseases In Cattle”, uma expressão de Cotard, que considera como título de seu toque no ponto, inicia com uma precipitação e então corta o tempo sempre assim levemente para dar os instrumentistas de sopro algum espaço. “The Burning House”, um elemento visual repetido ao longo de Synedoche, Nova York, destaca a habilidade de Brake para compor, particularmente para os arranjos, antes de vir para uma abrupta parada (ele parece gostar de terminar uma música desta maneira).

“Simulcrum” outro título que Cotard estima, é mais lento, um número mais melancólico que se constrói no drama e ostenta alguns dos melhores instrumentos de sopro, especialmente o trombonista Francisco Torres.

O encerramento do álbum, “Lighting An Obscure World”, ainda outro título que Cotard considera, não desperdiça tempo em reunir todos os músicos para uma jam com a banda completa. Ao longo de uma faixa de doze minutos, os instrumentistas tentam, virtualmente, tudo, mesmo explorando um sentimento latino antes de permitir espaço para um solo de piano.

Este é um lançamento inaugural da Endeavour Jazz Orchestra New Zealand. Deixa-nos a esperança de que mais está a caminho.

Faixas  

1.Somewhere Between Stasis and Anti-Stasis 09:51

2.Sycosis and Psychosis 10:02

3.Infectious Diseases In Cattle 08:09

4.The Burning House 07:47

5.Simulacrum 09:44

6.Lighting An Obscure World 11:59

ENDEAVOUR JAZZ ORCHESTRA NEW ZEALAND

Solistas convidados: DICK OATTS-  saxofone alto; ALEX SIPIAGIN – trompete; FRANCISCO TORRES – trombone; JOHN ESCREET – piano; JOHN RILEY - bateria

​Músicos: BRYN VAN VLIET – saxofone alto (líder), palhetas; FRANK TALBOT – saxofones alto e tenor, palhetas; DAVE WILSON - saxofones alto e tenor, palhetas; ROGER MANINS – saxofone tenor, palhetas; LOUISA WILLIAMSON - saxofone tenor, palhetas; ANDRE PARIS – saxofone brítono; COLIN HEMMINGSEN – clarinete baixo; JON PAPENBROOK – trompete líder; MIKE BOOTH – trompete; JACK HARRÉ -  trompete ; DAVE LISIK - trompete ; HENRY SHERRIS – trompete; FRANCISCO TORRES – trombone líder; ANTHONY WILLIAMS – trombone; RODGER FOX – trombone; PATRICK DI SOMMA – trombone baixo; NICK GRANVILLE – guitarra; JOHN ESCREET – piano; HAMISH SMITH – baixo; JOHN RILEY – bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ynZ-jj02Yuo

Fonte: Daniel Margolis (DownBeat)

 

Nenhum comentário: