O conceito atrás da Endeavour
Jazz Orchestra New Zealand é louvável. A banda foi criada originalmente
para apresentar os melhores compositores jovens de jazz na Nova Zelândia,
atuando ao lado de alguns dos melhores artistas de jazz do mundo — Alex
Sipiagin no trompete, Dick Oatts no saxofone alto, Francisco Torres no
trombone, John Escreet no piano e John RIley na bateria.
Normalmente esta seria o suficiente para a linha da trama
por uma hora de excepcional jazz. Porém, o primeiro projeto da The Endeavour Jazz Orchestra New Zealand
tem outro ângulo. “Solipsis — Music Of Ryan Brake” relaciona a si mesmo como inspirada
por elementos do filme aclamado pela crítica, de 2008, “Synedoche, New York”. A
exibição foi há 14 anos, e o falecido Philip Seymour Hoffman atua como um
diretor de teatro encenando uma crescentemente elaborada produção com nenhum
real senso de tempo. Seu desenvolvimento muda por anos. Os títulos dos seis
movimentos de “Solipsis” referenciam as coisas ditas e vistas no filme. A
primeira é a portentosa “Somewhere Between Stasis And Anti-stasis”, que adiciona
a irrealidade, de ponta a ponta, do filme. Mais de 20 músicos (a maioria deles
instrumentistas de sopro) da orquestra iniciam os procedimentos com um animado
coral e, então, começa a passear em torno do arranjo, antes de exibir o solo
desconcertante de Escreet, que está consistentemente agitado ao longo do álbum.
“Sycosis And Psychosis” refere-se a uma cena no filme na
qual o personagem de Hoffman, Caden Cotard, explica para uma criança a
diferença entre os dois — uma é a condição da pele; a outra é um problema de
estado mental— como está claro, enquanto ele reconhece que ele tem a primeira,
e ele também tem a posterior. Nesta faixa, a orquestra encena
um número mais lento com Escreet e o guitarrista Nick Granville atenciosamente
atuando em paralelo, então membros da ampla seção de instrumentos de sopro, antes
de agarrar a linha da composição para girar em torno, e então passa a bola para
o guitarrista e o pianista. A canção interrompe e passa para um lânguido solo
de guitarra e outro, notavelmente complexo e expressivo, solo de piano. Por
todo o talento listado aqui, Escreet e Granville são as verdadeiras estrelas do
projeto.
“Infectious Diseases In Cattle”, uma expressão de Cotard,
que considera como título de seu toque no ponto, inicia com uma precipitação e
então corta o tempo sempre assim levemente para dar os instrumentistas de sopro
algum espaço. “The Burning House”, um elemento visual repetido ao longo de
Synedoche, Nova York, destaca a habilidade de Brake para compor,
particularmente para os arranjos, antes de vir para uma abrupta parada (ele parece
gostar de terminar uma música desta maneira).
“Simulcrum” outro título que Cotard estima, é mais lento, um
número mais melancólico que se constrói no drama e ostenta alguns dos melhores
instrumentos de sopro, especialmente o trombonista Francisco Torres.
O encerramento do álbum, “Lighting An Obscure World”, ainda
outro título que Cotard considera, não desperdiça tempo em reunir todos os músicos
para uma jam com a banda completa. Ao
longo de uma faixa de doze minutos, os instrumentistas tentam, virtualmente,
tudo, mesmo explorando um sentimento latino antes de permitir espaço para um
solo de piano.
Este é um lançamento inaugural da Endeavour Jazz Orchestra New Zealand. Deixa-nos a esperança de que mais
está a caminho.
Faixas
1.Somewhere
Between Stasis and Anti-Stasis 09:51
2.Sycosis
and Psychosis 10:02
3.Infectious
Diseases In Cattle 08:09
4.The
Burning House 07:47
5.Simulacrum
09:44
6.Lighting
An Obscure World 11:59
ENDEAVOUR JAZZ ORCHESTRA NEW ZEALAND
Solistas convidados: DICK OATTS- saxofone alto; ALEX SIPIAGIN – trompete; FRANCISCO
TORRES – trombone; JOHN ESCREET – piano; JOHN RILEY - bateria
Músicos: BRYN VAN VLIET – saxofone alto (líder), palhetas; FRANK
TALBOT – saxofones alto e tenor, palhetas; DAVE WILSON - saxofones alto e tenor,
palhetas; ROGER MANINS – saxofone tenor, palhetas; LOUISA WILLIAMSON - saxofone
tenor, palhetas; ANDRE PARIS – saxofone brítono; COLIN HEMMINGSEN – clarinete baixo;
JON PAPENBROOK – trompete líder; MIKE BOOTH – trompete; JACK HARRÉ - trompete ; DAVE LISIK - trompete ; HENRY
SHERRIS – trompete; FRANCISCO TORRES – trombone líder; ANTHONY WILLIAMS –
trombone; RODGER FOX – trombone; PATRICK DI SOMMA – trombone baixo; NICK
GRANVILLE – guitarra; JOHN ESCREET – piano; HAMISH SMITH – baixo; JOHN RILEY –
bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ynZ-jj02Yuo
Fonte:
Daniel Margolis (DownBeat)
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