Diversos dos mais demandados
instrumentistas de Chicago, improvisadores e arranjadores atuam no Tim
Fitzgerald’s Full House, uma banda com sete anos de existência dedicada a
interpretar e construir sobre o repertório de Wes Montgomery (1923–1968). Inspirado
pelo guitarrista componente do DownBeat Hall of Fame e profundamente
familiarizado com o repertório comovente e suavemente estilizado, utilizando
técnicas do mestre inovador e popularizado nos anos 1950s e 60s, Fitzgerald é
um estudioso de Montgomery e um visionário que tem merecido amplo
reconhecimento por seu trabalho. Em cerca de 20 anos de atuação, liderando,
transcrevendo, pesquisando e criando, Fitzgerald tem consistentemente exibido
uma profunda conexão e intimidade com o fumegante mundo do jazz de guitarristas
autodidatas. Sua estreia no septeto do mesmo nome (denominado pelo hard bop
de Montgomery, em 1962, do álbum ao vivo, “Full House”) usa substancial e
celebrada obra de Montgomery como um ponto de partida para aventuras inventivas
no bebop, swing, doçura balançante, gingado blueseiro e improvisação
extensa. O que faz este projeto verdadeiramente notável, ainda que seja
habilmente vocalizado, são os arranjos ritmicamente carregados de canções de Montgomery,
que Fitzgerald e seus companheiros de banda trazem para a festa. Alguns dos
momentos cativantes em “Tim Fitzgerald’s Full House” ocorrem os instrumentistas
de sopro Victor Garcia (trompete), Greg Ward (sax alto) e Chris Madsen (sax tenor)
unem-se com o líder em extensas passagens, que Fitzgerald integra a assinatura
do toque técnico de Montgomery em acorde melódico. O resultado da mistura
metais-e-guitarra invoca um timbre complexo que é tão cativante quanto sonoramente
sobrenatural. Propaga-se para o ouvinte com uma dinâmica como com wah-wah
e acalma-se com uma suavidade prazerosa. Fitzgerald não emula o toque de
Montgomery por assim dizer, mas os dois guitarristas têm muito em comum: destreza
no dedilhar, uma afinidade para material ritmicamente avançado, comando total
dos elementos harmônicos inerentes próprios do jazz mais direto, toque
impecável no braço da guitarra, maestria em todas as coisas sincopadas e
reverências alicerçadas no blues. O baterista George Fludas é uma força
condutora através do programa, nunca deixando de gerar centelhas ou salpica pedaços
de lampejos e vislumbre apenas nos locais certos. O pianista Tom Vaitsas e o baixista
Christian Dillingham completam esta espetacular formação, um talento bem profundo
e experiência na qual Fitzgerald se baseia para sustentar o tipo de fluxo de
bom sentimento, que deu contribuições de Montgomery para o cânone do jazz em
permanente apelo entre ouvintes do jazz e instrumentistas semelhantes.
Fonte : Ed Enright (DownBeat)
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