“Nox” apresenta uma unidade de quatro peças unindo dois dos
mais finos improvisadores da Lituânia, o saxofonista Liudas Mockūnas e o
baterista Arkadijus Gotesmanas, com dois instrumentistas de classe mundial, o trompetista
Nate Wooley e o baixista Barry Guy. Gravado em 2019 no Improdimensions Festival em Vilna, a edição limitada do LP (também
disponível para download) contém três
faixas esculpidas coletivamente, demonstrando uma unidade de proposta, que
desmente o convencionalismo.
O fragor econômico não métrico de Gotesmanas e a pontuação
aguçada executa um papel decisivo, habilitando um som transparente, que permite
a apreciação de um trabalho sutilmente estonteante do baixo de Guy, mesmo na
maioria das passagens impetuosas. A contribuição de Guy é valiosa na audição como
se ele esbanjasse cuidado e atenção em cada nota, seu toque arrebenta em micro
detalhes: deliciosas modulações, pancadas crepitantes e figuras filigranadas, qualquer
que seja o passo. Nestas mãos apenas o baixo e a bateria podem toma uma
dimensão orquestral em termos de alcance e colocação do som.
Porém, isto não é o fim. Wooley, como Mockunas e Guy, continuamente
integra a técnica estendida e convencional, desta maneira estas frases
tempestuosas giram, guincham e tomam o ar, antes de aterrissar ordenadamente em
um suave ponto. Similarmente, Mockunas demonstra total controle, sobre o que pode
convocar qualquer barulho a parecer estar melhor ajustado à circunstância ou alternativamente
catalisa uma nova situação. Os instrumentos de sopro combinam empaticamente,
evidenciado pela forma do zumbido através de respiração circular por parte de
Wooley, que se mistura com o som estridente sustentado com o saxofone sopranino
de Mockunas em coesão, cuidadosamente, modulada.
Juntos o quarteto apresenta uma aula magna em música
improvisada, percorrendo transições dinâmicas de sussurros para a estridência,
através de abruptos obstáculos e estratagemas inesperados. Eles elaboram um
constante intercâmbio, não apenas entre as principais, mas também contrastantes
texturas, que eles extraem dos seus instrumentos. Enquanto, "Multa
Dies" move-se a partir da sobreposição do equilíbrio da seção, via floreios
convulsivos, para seduzir a intensidade, "Multa Nox" cresce
silenciosa e bucólica, o lamento do trompete de Wooley, em uma delicada canção
de ninar, conforme Mockunas lisonjeia preciso em multifônicos volumes baixos a
partir do seu clarinete baixo. Todas as mudanças, mas uma vez, passam para a
eruptiva "Multa Lux" conforme o saxofone tenor responde ao trompete exclamando
sobre o acompanhamento alvoroçado.
Dada as locações díspares e agendas cheias, as repetições das
performances não devem estar disponíveis, mas ao menos os ápices alcançados
nestas ocasiões são capturados para a posteridade.
Faixas: Multa Dies; Multa Nox; Multa Lux.
Músicos : Nate Wooley: trompete; Liudas Mockūnas: saxofone;
Barry Guy: baixo; Arkady Gotesman: percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=QPtNHZixiyk
Fonte: John
Sharpe (AllAboutJazz)
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