A impressionante jovem saxofonista sul-africana, Linda
Sikhakhane, seguiu seu coração e senso de missão artística em Nova York, estudando
na New School e mergulhando na cultura do jazz de Nova York, enquanto
manteve um forte senso de enraizamento em sua herança cultural. Este ato de
equilíbrio é evidente no potente terceiro álbum de Sikhakhane, “Isambulo”. O
título é a tradução em Zulu de “revelação”, adequada para um álbum que cruza as
fronteiras e dilui arquétipos culturais para criar uma marca de neo-Afro-jazz.
Sikhakhane transmite o poder focado de seu saxofone neste
álbum, mas parece menos preocupada com o espetáculo do que com a integridade musical
maior do trabalho e do coletivo. Ostinatos hipnóticos, tocados pelo piano e baixo,
às vezes fundamentam a exploração das faixas, como na abertura modal de “Inner
Freedom (Revisited)” e a lenta faixa título, fortalecida pela presença do
trompetista Matthias Spillman.
A provocadoramente “Umbhedesho” move-se em uma direção vigorosa
free-bop.
As partes vocais selecionadas são importantes, sem distração
do foco geral, da introdução da fala em Zulu de Paras em “uNongoma” à lírica e
fascinante entonação de Anna Widauer na reflexão no tempo e no coração do soul-jazz
“A Day Passed”. O álbum encerra na nota sossegada de “Hymn For The Majors”, na
qual Sikhakhane retorna às modalidades reflexivas de Coltrane, transmitindo
beleza e esperança através do seu intrumento.
Faixas: Inner Freedom (revisitado); Gog’uIdah; Isambulo;
uNongoma; Umbhedesho; A Day Passed; Ikhandlela; Hymn for The Majors. (38:57)
Músicos: Linda Sikhakhane, saxofones tenor e soprano; Lucca
Fries, piano; Fabien Iannone, baixo; Jonas Ruther, bateria; El Hadji Ngari
Ndong, percussão; Matthias Spillman, trompete (3); Paras, vocal (4); Anna
Widauer, vocal (6).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=0RnXTsD555U
Este álbum foi considerado, pela
DownBeat, como um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 estrelas
Fonte: Josef Woodard (DownBeat)
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