Com um álbum intitulado “Music for Doing”, o baterista Mark
Guiliana torna seu objetivo claro. Poucos artistas são entusiasmados com a
música fusion eletrônica com ritmos
intricados e propulsivos impulsionados pelas improvisações de jazz como
Guiliana. E ele, realmente, o está fazendo. As fronteiras da sua música são
infinitamente elásticas. Guiliana é um artista multifacetado, que atravessa
muitas áreas diferentes da música com suas próprias bandas ou aquelas lideradas
por outros. Esta variedade é evidente em seus próprios álbuns tais como “Beat
Music! Beat Music! Beat Music! (Motema, 2019)” ou “Jersey (Motema, 2017)” e
também em gravações como parte do Donny
McCaslin Quartet em “Fast Future, (Greenleaf, 2015)” ”Beyond Now (Motema, 2016)” ou “Blackstar
(ISO, 2016)” de David Bowie. Estes álbuns, para nomear alguns, revela a visão
de mundo de Guiliana —a melhor maneira para realizar o desenvolvimento através
da exploração e experimentação desimpedidas.
“Music for Doing” é um álbum soberbamente estruturado e
belamente estilizado. É muito mais do que um álbum de música eletrônica, embora
englobe uma enorme quantidade de base dentro deste terreno. Com seus belos e
minimalistas sinais sonoros, Giuliana soa extraordinariamente contemporâneo,
conforme ele foca em músicas nuançadas e arranjos criativos. Ele tem um ouvido
de improvisador para detalhes de timbre, e talvez habilidade para encantadores
modelos de bateria pop. Como resultado, a música flui como uma suíte, onde tudo
está constantemente em movimento. O que é mais impressionante é a forma
enigmática, a despeito de soar muito como outro ponto da gravação, esta é estranhamente
orgânica, música imaginativa, onde alguém nunca completamente sabe o vem a
seguir. O que o faz diferente dos outros que criam gravações de música fusion/eletrônica é que Guiliana coloca
a tecnologia da música ao fundo. A música é de primeira enquanto a excursão do
som é de segunda. Isto porque esta música é doce para os ouvidos. “Music for
Doing” é fascinante, cuidadosamente elaborado, música instigante.
Em seu melhor, Guiliana trata a música como um parquinho de
diversões. A abertura do álbum, "Song for Making Things Right" é sonolenta,
plena de conotações futuristas, batidas e os teclados expansivos de Guiliana
conduzem colagens impressionantes na música fora de circuitos, amostras e
percussão eletrônica. "Music for Investing Consciousness" justapõe ritmos
delicados com padrões cheio de truques e vários sons eletrônicos ornamentados
por camadas de sintetizadores analógicos. Isto é impulsionado pelo saxofonista
David Binney, cujo discurso ao saxofone transmite expressiva solidariedade com
cada batida.
As linhas entre faixas e os instrumentos são continuamente
embaçadas. As canções crescem, movem-se, mudam, levantam, caem, constroem e
resolvem e nunca ficam no mesmo lugar muito tempo. Eles são repletos de
surpresas e são preenchidos com uma plenitude de momentos ilógicos que tendem a
resultar em coerência a cada nova audição. Há uma barragem de detalhes sonoros
que dá a cada faixa algo especial. Porém, nem tudo é delicado, frenético e arquitetado. "Song
for Looking in the Mirror" é uma faixa bem ambientada, que é rememorativo
da escola ambiental germânica (Tangerine Dream ou Neu) que oferta um diferente
tipo de sensualidade. Esta combinação de músicas conduzidas por batidas
arrebatadoras e ambiência realiza uma experiência atrativamente variada. “Music
for Doing” retrata um artista normalmente focado e com uma visão divertida
sobre que música é capaz de fazer.
Faixas : Song
for Making Things Right; Song for Investigating Consciousness; Song for
Listening; Song for Getting Lost; Song for Critical Thinking; Song for Looking
in the Mirror; Song for Moderate Drinking; Song for Finding Your Way Home.
Fonte: Nenad
Georgievski (AllAboutJazz)
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