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quinta-feira, 30 de março de 2023

MARK GUILIANA - MUSIC FOR DOING (Colorfield)

Com um álbum intitulado “Music for Doing”, o baterista Mark Guiliana torna seu objetivo claro. Poucos artistas são entusiasmados com a música fusion eletrônica com ritmos intricados e propulsivos impulsionados pelas improvisações de jazz como Guiliana. E ele, realmente, o está fazendo. As fronteiras da sua música são infinitamente elásticas. Guiliana é um artista multifacetado, que atravessa muitas áreas diferentes da música com suas próprias bandas ou aquelas lideradas por outros. Esta variedade é evidente em seus próprios álbuns tais como “Beat Music! Beat Music! Beat Music! (Motema, 2019)” ou “Jersey (Motema, 2017)” e também em gravações como parte do Donny McCaslin Quartet em “Fast Future, (Greenleaf, 2015)”  ”Beyond Now (Motema, 2016)” ou “Blackstar (ISO, 2016)” de David Bowie. Estes álbuns, para nomear alguns, revela a visão de mundo de Guiliana —a melhor maneira para realizar o desenvolvimento através da exploração e experimentação desimpedidas.

“Music for Doing” é um álbum soberbamente estruturado e belamente estilizado. É muito mais do que um álbum de música eletrônica, embora englobe uma enorme quantidade de base dentro deste terreno. Com seus belos e minimalistas sinais sonoros, Giuliana soa extraordinariamente contemporâneo, conforme ele foca em músicas nuançadas e arranjos criativos. Ele tem um ouvido de improvisador para detalhes de timbre, e talvez habilidade para encantadores modelos de bateria pop. Como resultado, a música flui como uma suíte, onde tudo está constantemente em movimento. O que é mais impressionante é a forma enigmática, a despeito de soar muito como outro ponto da gravação, esta é estranhamente orgânica, música imaginativa, onde alguém nunca completamente sabe o vem a seguir. O que o faz diferente dos outros que criam gravações de música fusion/eletrônica é que Guiliana coloca a tecnologia da música ao fundo. A música é de primeira enquanto a excursão do som é de segunda. Isto porque esta música é doce para os ouvidos. “Music for Doing” é fascinante, cuidadosamente elaborado, música instigante.

Em seu melhor, Guiliana trata a música como um parquinho de diversões. A abertura do álbum, "Song for Making Things Right" é sonolenta, plena de conotações futuristas, batidas e os teclados expansivos de Guiliana conduzem colagens impressionantes na música fora de circuitos, amostras e percussão eletrônica. "Music for Investing Consciousness" justapõe ritmos delicados com padrões cheio de truques e vários sons eletrônicos ornamentados por camadas de sintetizadores analógicos. Isto é impulsionado pelo saxofonista David Binney, cujo discurso ao saxofone transmite expressiva solidariedade com cada batida.

As linhas entre faixas e os instrumentos são continuamente embaçadas. As canções crescem, movem-se, mudam, levantam, caem, constroem e resolvem e nunca ficam no mesmo lugar muito tempo. Eles são repletos de surpresas e são preenchidos com uma plenitude de momentos ilógicos que tendem a resultar em coerência a cada nova audição. Há uma barragem de detalhes sonoros que dá a cada faixa algo especial. Porém, nem tudo é delicado, frenético e arquitetado. "Song for Looking in the Mirror" é uma faixa bem ambientada, que é rememorativo da escola ambiental germânica (Tangerine Dream ou Neu) que oferta um diferente tipo de sensualidade. Esta combinação de músicas conduzidas por batidas arrebatadoras e ambiência realiza uma experiência atrativamente variada. “Music for Doing” retrata um artista normalmente focado e com uma visão divertida sobre que música é capaz de fazer.

Faixas : Song for Making Things Right; Song for Investigating Consciousness; Song for Listening; Song for Getting Lost; Song for Critical Thinking; Song for Looking in the Mirror; Song for Moderate Drinking; Song for Finding Your Way Home.

Fonte: Nenad Georgievski (AllAboutJazz)

 

 

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