Este lançamento de dois CD de Olie Brice apresenta discos
muito diferentes—um apresentando cinco faixas, que atinge quarenta e cinco minutos
com o trio de Brice, no baixo, mais Tom Challenger no sax tenor e Will Glaser na
bateria, enquanto o outro tem três faixas, totalizando quarenta e oito minutos
e meio, com o octeto composto por Brice e o baterista Johnny Hunter, mais dois
trompetes e quatro saxofones. Os dois grupos gravaram em estúdio em Julho e
Novembro de 2021, respectivamente. Os grupos sempre sob o comando de Brice, têm
sua força está na qualidade de seu próprio toque, suas composições, e sua
habilidade para selecionar seus companheiros de banda, que trabalham juntos
como uma unidade coerente e compatível.
Todas as sete composições aqui (a peça título "Fire
Hills" é ouvida duas vezes, uma abertura do álbum em versão de trio, uma
versão em octeto no encerramento) são creditados apenas a Brice. Como que para
sublinhar que estes dois grupos tocam na tradição do jazz em vez da improvisação,
Brice dedica quatro peças para o final, aos jazzistas homenageados, colocando a
barra mais alto pela sua qualidade —Andrew Hill, Eric Dolphy, Johnny Dyani e
Julius Hemphill. Ufa!
Embora os grupos toquem jazz, as peças de Brice nunca soam
excessivamente elaboradas, em vez disto permitem aos membros do grupo tomar a
iniciativa e improvisar. Embora algumas das composições tenham uma cabeça
introdutória—"Looking for the possible dance" e "Extended Breath
(por Eric Dolphy)" saltam à mente, como cada uma tem um curto acompanhamento
improvisado, que é repetido diversas vezes antes de transformar-se em um solo —
estes nunca se sentem numa camisa de força. Em resumo, Brice confia em sua
escolha dos companheiros da banda e eles apresentam suas credenciais. Enquanto
os dois grupos inevitavelmente soam diferentes, com os instrumentos de sopro no
octeto combinando com bom efeito, enquanto Challenger soa mais exposto no trio,
cada um em seu próprio louvável modo. Finalmente, este é um dos melhores álbuns
que Brice lançou até agora. Realmente prazeroso.
Faixas: Fire Hills; Looking for the possible dance;
Something seen (for Andrew Hill); Extended breath (for Eric Dolphy); Blues for
Johnny Dyani; Rotating mirrors (for Julius Hemphill); Tidal license; Fire
Hills.
Músicos: Olie Brice: baixo acústico; Tom Challenger:
saxofone tenor (1-5); Will Glaser: bateria (1-5); Alex Bonney: trompete (6-8);
Kim Macari: trompete (6-8); Jason Yarde: saxofone alto (6-8); George Crowley:
saxofone tenor (6-8); Rachel Musson: saxofone tenor (6-8); Cath Roberts:
saxofone barítono (6-8); Johnny Hunter: bateria (6-8).
Fonte: John Eyles (AllAboutJazz)
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