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sábado, 1 de abril de 2023

CAMILLE BERTAULT & DAVID HELBOCK – PLAYGROUND (ACT)


 Ecletismo pode ser o mais vazio dos gestos. No título as pistas. David Helbock deve se olhar como um tipo sério, mas há uma intensa diversão em seu trabalho, não é extravagante, não é satírico ou pastiche, mas simplesmente o senso de que a música é um playground no qual as coisas impossíveis passam a ser possíveis e coisas improváveis acontecem a toda a hora. Nisto, ele tem a parceiro ideal em Camille Bertault, que tem seu próprio senso de travessura.

É significante que outros artistas acenaram para o curso de “Playground” como Egberto Gismonti (a abertura “Frevo”), o arco ardiloso de Thelonious Monk (“Ask Me Now”) e, mesmo ao final, um tributo ao endiabrado Hermeto Pascoal, cujo trabalho inicial está correntemente desfrutando um resnascimento.

O ar de mistério é sustentado nas inéditas, notavelmente. “Das Fabelwesen” de Helbock significando “criatura mítica” tão bem quanto a melancólica “Bizarre” de Bertault e tipo Poulenc, “Aide-moi”.

Estes instrumentistas têm um estofo clássico, mas como “Lonely Supamen” demonstra, eles conhece-o muito bem, mesmo que a sua tomada de forma seja invulgar. Eles incorporam todas as coisas, do russo ao misticismo islandês e criptozoologia.

Jazz tem sido amplo, sempre contendo multitudes, age desta forma — e selos como ACT —mantêm a porta aberta para novas experiências e influências.

Faixas: Frevo; Good Morning Heartache; Lonely Supamen; Etude In C-Sharp Minor, Op. 2, No 1; Aide-moi; New World; Das Fabelwesen; Dans ma boîte; Ask Me Now; Never Lived; Bizarre; Para Hermeto (52.37)

Músicos: Camille Bertault, voz; David Helbock, piano, percussão, live looping, efeitos.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=wNy4R_VbgAg

Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 5 estrelas

Fonte: Brian Morton (DownBeat)

 

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