Os sete movimentos do álbum do compositor/vibrafonista Joel
Ross, “The Parable of the Poet”, seu terceiro álbum para a Blue Note, usa
experiências pessoais como um trampolim para um empreendimento coletivo. Solos emergem,
mas as sonoridades dominantes estão com as ricas entonações de quatro
instrumentos de sopro, estabelecendo melodias sobrepostas através de uma base
rítmica. Títulos como “Guilt”, “The Impetus (To Be and Do Better) ” e
“Benediction” sinalizam o sério intento de Ross.
O trabalho inicia com o vibrafonista desacompanhado
desenvolvendo duas notas com brilhante resplendor metálico. Um minuto na
reflexiva melodia, gentilmente rítmica, de “Prayer” cristaliza e paira no
espaço. A disposição estabelecida, o tema passa através da banda e, embelezada pelos
instrumentos de sopro, produz mudanças de textura conforme dirige seu caminho.
Conforme a suíte avança, solos desacompanhados da nova
geração da banda de Ross apresentam o espírito densamente estruturado das peças,
que lustram sobre as brechas entre as composições improvisadas e pré-elaboradas.
A fundação harmônica é forte e os ritmos suavemente focados são contemporâneos,
mas, como nos anos iniciais do jazz, cada movimento da melodia inspira os
saxofones e os metais misturam-se e entrelaçam-se. O faz por uma abordagem nova,
que tem raízes profundamente históricas.
O trompetista Marquis Hill e o saxofonista alto Immanuel
Wilkins são, como líderes, músicos estabelecidos com projetos próprios. As
reflexões sussurrantes de Hill estabelecem as sonoridades sinistras
multifacetadas da mudança de humor em “Choices”. Desenvolve uma animada
engrenagem na marcação parcial, então desaparece na dúvida. E o spiritual de Wilkins chora,
confiantemente, ao lançar as angularidades cortantes de “Wail”.
O restante da banda está liderando novas faces. Rick Rosato apresenta
“Guilt” com esparsos dedilhados do baixo, Kalia Vandever estabelece “Impetus” com
melodias calorosas do seu trombone levemente ressonante e a vivaz “Doxology
(Hope) ” inicia com Maria Grand girando rápido com linhas gaguejantes no
delicado sax tenor.
“Benediction” é a faixa final, uma combinação com inflexões gospel,
harmonias hinárias e o zunido da bateria de Craig Weinrib. A sutil vocalização
do piano de Sean Mason estabelece a entonação, o virtuosismo do líder se
destaca e quatro instrumentos de sopro tecem a magia.
Faixas
Lado A:
PRAYER
GUILT
CHOICES
Lado C:
WAIL
THE
IMPETUS (To Be And Do Better)
Lado D:
DOXOLOGY
(Hope)
BENEDICTION
Músicos: Joel Ross (vibrafone); Immanuel Wilkins (saxofone alto); Maria Grand (saxofone tenor); Marquis Hill (trompete); Kalia Vandever (trombone); Sean Mason (piano); Rick Rosato (baixo); Craig Weinrib (bateria).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Oy8Z53zPJPQ
Fonte: Mike
Hobart (Financial Times)
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