
Se você seguiu o início da carreira do saxofonista Noah
Preminger deve ter lido uma entrevista, na qual ele revelou sua fascinação com
o pugilismo. O fato é que ele treinou da doce arte por aproximadamente uma
década, enquanto a realização da música é evidente no blues pugilístico ouvido nos
álbuns autolançados “ Pivot: Live At The 55 Bar (2015) ” e “Dark Was The Night,
Cold Was The Ground (2016) ”. Nestas duas gravações e em “Genuinity (Criss
Cross, 2018) ”, ele tinha um perfeito parceiro para treino no trompetista Jason
Palmer. Como ele tem progredido e temperado sua música, a disputa tem sido deslocada
pelo cérebro e a agressão tem diminuído, enquanto a complexidade foi
incrementada, evidenciada pelo Chopin
Project (“Connection Works Records, 2017”) e sua mini obra-prima “Zigsaw:
Music Of Steve Lampert (Self Released, 2018) ” (Nota:
Resenha publicada neste blog em 20 de maio de 2021)
Com “Contemptment”, Preminger volta ao formato de quarteto com
seu antigo baixista Kim Cass e o retorno do baterista Dan Weiss, porém o
trompete de Palmer é substituído pela guitarra de Max Light. A música troca uma
disputa para uma dança consensual e isto deve ser um melhor caminho para
apresentar o imenso talento que Preminger possui. O disco inicia com "The
Late 90s" como homenagem ao estado do jazz ao final do século XX, onde Preminger
e Light revestiu em si mesmo os sons de Mark Turner e Kurt Rosenwinkel. A
partir daí, o quarteto explora cada marca do tempo em "Hygge", atuando
em uma espécie de cátedra musical com o tempo. "Kamaguchi", possivelmente
composta para o baixista Masa Kamaguchi, inicia com frases mais suaves de Light
antes de Preminger e Cass passearem, juntos, em uma melodia mais charmosa. A
gentileza continua com uma interpretação de um voo solo em
"Porcelain" do Red Hot Chili Pepper, onde o sussurrante tenor de Preminger
flutua sobre atmosferas criadas por Weiss e Light. A faixa título cria uma
seção rítmica muita animada, incapaz de perturbar a si mesma para atender um
tenorista endiabrado. "Promises Kept” de Sonny Sharrock, a faixa final,
inicia com um divertido voo solo de Preminger antes do quarteto engajar-se em
suingue mais esperto (nós podemos dizer confortável?). Soa como se eles
pudessem dançar toda a noite.
Faixas: The Late 90s; Hygge; Kamaguchi; Hamburg; Porcelain;
Hey J.; Contemptment; Promised Kept.
Músicos: Noah Preminger: saxofone tenor; Kim Cass: baixo
acústico; Max Light: guitarra; Dan Weiss: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=9xFbPZ_oads
Fonte: Mark
Corroto (AllAboutJazz)
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