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domingo, 2 de abril de 2023

NOAH PREMINGER – CONTEMPTMENT (SteepleChase Records)

Se você seguiu o início da carreira do saxofonista Noah Preminger deve ter lido uma entrevista, na qual ele revelou sua fascinação com o pugilismo. O fato é que ele treinou da doce arte por aproximadamente uma década, enquanto a realização da música é evidente no blues pugilístico ouvido nos álbuns autolançados “ Pivot: Live At The 55 Bar (2015) ” e “Dark Was The Night, Cold Was The Ground (2016) ”. Nestas duas gravações e em “Genuinity (Criss Cross, 2018) ”, ele tinha um perfeito parceiro para treino no trompetista Jason Palmer. Como ele tem progredido e temperado sua música, a disputa tem sido deslocada pelo cérebro e a agressão tem diminuído, enquanto a complexidade foi incrementada, evidenciada pelo Chopin Project (“Connection Works Records, 2017”) e sua mini obra-prima “Zigsaw: Music Of Steve Lampert (Self Released, 2018) ” (Nota: Resenha publicada neste blog em 20 de maio de 2021)

Com “Contemptment”, Preminger volta ao formato de quarteto com seu antigo baixista Kim Cass e o retorno do baterista Dan Weiss, porém o trompete de Palmer é substituído pela guitarra de Max Light. A música troca uma disputa para uma dança consensual e isto deve ser um melhor caminho para apresentar o imenso talento que Preminger possui. O disco inicia com "The Late 90s" como homenagem ao estado do jazz ao final do século XX, onde Preminger e Light revestiu em si mesmo os sons de Mark Turner e Kurt Rosenwinkel. A partir daí, o quarteto explora cada marca do tempo em "Hygge", atuando em uma espécie de cátedra musical com o tempo. "Kamaguchi", possivelmente composta para o baixista Masa Kamaguchi, inicia com frases mais suaves de Light antes de Preminger e Cass passearem, juntos, em uma melodia mais charmosa. A gentileza continua com uma interpretação de um voo solo em "Porcelain" do Red Hot Chili Pepper, onde o sussurrante tenor de Preminger flutua sobre atmosferas criadas por Weiss e Light. A faixa título cria uma seção rítmica muita animada, incapaz de perturbar a si mesma para atender um tenorista endiabrado. "Promises Kept” de Sonny Sharrock, a faixa final, inicia com um divertido voo solo de Preminger antes do quarteto engajar-se em suingue mais esperto (nós podemos dizer confortável?). Soa como se eles pudessem dançar toda a noite.

Faixas: The Late 90s; Hygge; Kamaguchi; Hamburg; Porcelain; Hey J.; Contemptment; Promised Kept.

Músicos: Noah Preminger: saxofone tenor; Kim Cass: baixo acústico; Max Light: guitarra; Dan Weiss: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=9xFbPZ_oads

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

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