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sábado, 3 de junho de 2023

FRANÇOIS CARRIER /ALEXANDER VON SCHLIPPENBACH /JOHN EDWARDS/MICHEL LAMBERT – UNWALLED (Fundacja Sluchaj)

Você não adora quando um plano vem junto? Mesmo se o plano seja totalmente improvisado, como é o de “Unwalled”. O álbum é o primeiro encontro entre o saxofonista alto canadense François Carrier e o pianista alemão Alexander von Schlippenbach. O pioneiro do free jazz, Schlippenbach, foi o fundador da Globe Unity Orchestra em 1966, que apresentou Peter Brötzmann, Peter Kowald, Han Bennink, Derek Bailey, Paul Lovens e Evan Parker, para nomear apenas algumas das futuras legendas da música improvisada. Parker e Lovens mais tarde se juntariam ao pianista para criar o célebre Schlippenbach Trio.

Carrier tem sido um prolífico saxofonista improvisador que pode quase sempre ser encontrado na companhia de colegas como o baterista/percussionista canadense Michel Lambert. Juntos excursionaram e gravaram dúzias de discos em duo e trio. Eles também adicionaram pianistas tais como Bobo Stenson, Uri Caine, Paul Bley, Alexey Lapin, Alexander Hawkins e Steve Beresford. Onde estes tecladistas frequentemente agem como o yin para o yang de Carrier, Schlippenbach atua em um papel mais complementar ou ser recíproco. Talvez seja a divisão geracional entre o saxofonista e o pianista (em torno de 24 anos) que explica a falta de antagonismo aqui.

A cooperação deles, a associação próxima entre Carrier e Lambert, mais a mão sempre magistral do baixista britânico John Edwards, faz este lançamento ser notável. A sessão em estúdio é constituída de cinco faixas demoradas mais duas breves improvisações. O que é evidente aqui é o espaço que o quarteto deixa em cada uma destas faixas. Eles escolhem brilhar e desobstruir interações com plenitude de espaço, presumivelmente, porque cada músico estava profundamente ouvindo os outros. O som de Schlippenbach pode ser descrito como o de Cecil Taylor interpretado por Thelonious Monk. Ele opera dentro e fora do piano, apenas conforme Edwards e Lambert utilizam todos os recursos dos seus instrumentos. Tudo isto permite ao saxofonista sussurrar e gritar conforme ele pinta os quadros tonais estabelecidos contra, talvez, a seção rítmica mais fina que ele já reuniu.

Faixas: Unwalled; Empty Mess; Full Feel; The Play of What Is; Yes Road; Unification; Open End.

Músicos: François Carrier: saxofone alto; Alexander von Schlippenbach: piano; John Edwards: baixo acústico; Michel Lambert: bateria.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz) 

 

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