Em “East Orange”, o nativo de New Jersey, agora firmemente
enraizado na cena jazzística de Montreal, a abordagem do pianista Taurey
Butler para sua música e de outros ("Smile" a eterna de Charlie
Chaplin, "Can't Buy Me Love" dos Beatles, "I Can Only Be
Me" de Stevie Wonder e "What Is This Thing Called Love?" de Cole
Porter) atravessa gerações e gêneros para borbulhar como um som seguro, cheio
de alma e encorpado.
A autointitulada estreia de Butler pela Justin Time Records foi
lançada em 2011. Agora com o lançamento de “One of the Others”, nós todos podemos
começar a nos perguntar por que demorou tanto e onde ele esteve. Porque “One of
the Others” é um regresso do trio ao blues em seus ossos e em seu sangue e Deus
o abençoe por isso.
Observe o alegre e visceral suingue de “Think Oscar Peterson”
e você terá um verdadeiro controle sobre onde Butler e seus angulares e sólidos
companheiros de time, o baixista Morgan Moore e o baterista Wali Muhammad estão
chegando. A plenitude de balanço e confiança definem a canção título de “One of
the Others”, que quebra como uma abertura do trabalho ao vivo a todo vapor. A
artista canadense Artis Lane, que esculpiu o busto de Sojourner Truth, que
agora está na Casa Branca, é a inspiração por trás do gentil toque valseado de
Dave Brubeck de Butler, "Artis Lane". As filigranas dançantes
iluminam a faixa com força e graça.
A breve "Swappin' Lies" explode com uma bravata
espirituosa e um solo de alta velocidade de Moore. Outra inédita, "On the
Natch", disponibiliza uma unidade robusta com Butler jogando tudo em Peterson.
Você quase pode ver o sorriso na cara de todo mundo, enquanto rola esta gravação.
"Smile" de Chaplin segue e, embora Chaplin tenha aposentado o
personagem na época, ele compôs esta obra-prima para o filme Tempos Modernos de
1936, a canção desfila alegremente como o próprio pequeno Vagabundo. Há até
mesmo uma perseguição tipo Keystone Kops (NT: foram
personagens de uma série de comédias pastelão do cinema mudo. Tratava-se de um
grupo de policiais incompetentes que eram vistos sempre em tresloucadas
perseguições motorizadas ou a pé nas ruas das cidades no final). É uma
delícia caprichosa do início ao fim.
"Sisyphean Task" alegremente marcha para frente, e
a despeito das notas para o disco do pianista, a faixa foi escrita para
expressar a dor e a frustação que todos nós frequentemente experimentamos, mas não
parece. A "Can't Buy Me Love" de Lennon e McCartney, pura pepita pop poderosa
dos anos 60, é dada uma abordagem corajosamente moderada como se a lembrar a
todos que o amor tem seu preço como atesta “One of the Others” como um álbum bom
demais para deixar passar.
Faixas: One Of The Others; Artis’ Truth; Swappin’ Lies; On
The Natch; Smile; Nutfog; Sisyphean Task; What Is This Thing Called Love?;
Can’t Buy Me Love; Laini’s Love; I Can Only Be Me.
Músicos: Taurey Butler: piano; Morgan Moore: baixo; Wali
Muhammed: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=nZVWEab5syw
Nota: Este álbum foi considerado,
pela DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 ½
estrelas.
Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)
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