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segunda-feira, 31 de julho de 2023

FELIPE SENNA & CÂMARANÓVA – CÂMARA BRASILEIRA (Maritaca)

Câmaranóva é uma orquestra de câmara dedicada a interpretar música de compositores vivos brasileiros com foco na música instrumental "em seus mais diversos aspectos" (incluindo jazz, folclore e expressões populares). Felipe Senna, ele mesmo um compositor e improvisador, é o diretor musical da orquestra, arranjador e pianista. Há outros compositores-improvisadores no grupo, a mais notável, a flautista de jazz, Lea Freire.

A missão da orquestra está presente no instrumental brasileiro para uma ampla audiência, em espaços que seria normalmente devotado principalmente aos compositores europeus e/ou trabalhos dos períodos iniciais. “Câmara Brasileira”, na estreia da gravação, oferece música de Amilton Godoy, Arismar do Espirito Santo, Filó Machado, Silvia Góes, Edu Ribeiro, Douglas Braga, Senna e Freire, um grupo intergeracional de celebrados compositores e instrumentistas.

O lançamento é acompanhado por vídeos de performances selecionadas do álbum. Anexadas a estas reações dos compositores para ouvir e ver a gravação das suas peças pela primeira vez. Não surpreendentemente, eles são surpreendidos, levado às lágrimas, palavrões e/ou risos. O virtuosismo é deslumbrante, mas o que realmente faz o trabalho extraordinário é sua musicalidade e a natureza sinergética do projeto.

"Choro" de Godoy é um caso em foco. A peça é uma meditação em um chorinho típico dos meados do século XX. Ele captura as longas linhas e contrapontos divertidos, mas em uma forma fluída e um estilo infundido com uma estética de jazz brasileiro. Godoy é um pianista de jazz reverenciado e membro fundador do Zimbo Trio, que cresceu em proeminência em 1965, quando eles vieram a ser a banda da casa do programa O Fino da Bossa, o show da TV brasileira que impulsionou Elis Regina à fama. Ele imbui sua peça com sua singular sensibilidade e a orquestra entende. Sua intenção é para, até, as seções compostas parecerem improvisadas e os instrumentistas têm as habilidades para fazer isto acontecer. A performance suínga em uma forma muito contemporânea e brasileira.

Com dezesseis componentes, o tamanho da orquestra é comparável a uma big band de jazz, mas a instrumentação é distinta. Em uma seção de instrumentos de sopro que incluiu o clarinete e o fagote, por exemplo, há um único saxofonista. Um quarteto de cordas é integrado, juntamente com uma seção de metais composta por trompete, French horn e o bombardino. A seção rítmica é formada por piano e bateria. Cello e bombardino preenchem dentro do esperado o lugar do baixo, uma surpreendentemente satisfatória substituição. A orquestração e arranjos de Senna usam esta paleta colorida em singulares e expressivos jeitos. O trem soa na evocativa "Turbulenta" de Freire por exemplo, é facilmente reconhecível com tal, mas de uma forma que difere de, digamos, "Daybreak Express" de Duke Ellington. As diferenças são as que fazem excitantes.

Câmaranóva empenha-se para criar um espaço para si como uma orquestra nacional de primeira classe dedicada a trazer o trabalho de compositores contemporâneos brasileiros para o mundo. A excelência e beleza de Câmara Brasileira representa um grande avanço nesta direção. Fãs da música instrumental brasileira e jazz seguramente quererão adquirir esta coleção.

Faixas: Turma Toda; Laurence; Choro; Três Valsas; Anjú; Nívea; Jeu No. 5; Turbulenta.

Músicos: Felipe Senna: piano; Bruno Soares: trompete; Douglas Braga: saxofone; Eder Grangeiro: violino; Erick Ariga: fagote; Gabriela Machado: flauta; José Luiz Braz: clarinete baixo; Lea Freire: flauta; Leandro Lui: bateria; Marisa Lui: clarinete; Rafael Cesário: cello; Ramon Andrade: violino; Ricardo Camargo: bombardino; Thais Morais: violino; Thiago Vieira: viola; Vitor Ferreira: trompa.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=iQxgzt1QYP8

Fonte: Katharine (Katchie) Cartwright (AllAboutJazz)

 

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