Câmaranóva é uma orquestra de câmara dedicada a interpretar
música de compositores vivos brasileiros com foco na música instrumental "em
seus mais diversos aspectos" (incluindo jazz, folclore e expressões
populares). Felipe Senna, ele mesmo um compositor e improvisador, é o diretor
musical da orquestra, arranjador e pianista. Há outros compositores-improvisadores
no grupo, a mais notável, a flautista de jazz, Lea Freire.
A missão da orquestra está presente no instrumental
brasileiro para uma ampla audiência, em espaços que seria normalmente devotado
principalmente aos compositores europeus e/ou trabalhos dos períodos iniciais. “Câmara
Brasileira”, na estreia da gravação, oferece música de Amilton Godoy, Arismar
do Espirito Santo, Filó Machado, Silvia Góes, Edu Ribeiro, Douglas Braga, Senna
e Freire, um grupo intergeracional de celebrados compositores e
instrumentistas.
O lançamento é acompanhado por vídeos de performances selecionadas
do álbum. Anexadas a estas reações dos compositores para ouvir e ver a gravação
das suas peças pela primeira vez. Não surpreendentemente, eles são
surpreendidos, levado às lágrimas, palavrões e/ou risos. O virtuosismo é
deslumbrante, mas o que realmente faz o trabalho extraordinário é sua
musicalidade e a natureza sinergética do projeto.
"Choro" de Godoy é um caso em foco. A peça é uma
meditação em um chorinho típico dos meados do século XX. Ele captura as longas
linhas e contrapontos divertidos, mas em uma forma fluída e um estilo infundido
com uma estética de jazz brasileiro. Godoy é um pianista de jazz reverenciado e
membro fundador do Zimbo Trio, que cresceu em proeminência em 1965, quando eles
vieram a ser a banda da casa do programa O Fino da Bossa, o show da TV brasileira
que impulsionou Elis Regina à fama. Ele imbui sua peça com sua singular sensibilidade
e a orquestra entende. Sua intenção é para, até, as seções compostas parecerem
improvisadas e os instrumentistas têm as habilidades para fazer isto acontecer.
A performance suínga em uma forma muito contemporânea e brasileira.
Com dezesseis componentes, o tamanho da orquestra é comparável
a uma big band de jazz, mas a instrumentação é distinta. Em uma seção de
instrumentos de sopro que incluiu o clarinete e o fagote, por exemplo, há um
único saxofonista. Um quarteto de cordas é integrado, juntamente com uma seção
de metais composta por trompete, French horn e o bombardino. A seção rítmica é
formada por piano e bateria. Cello e bombardino preenchem dentro do esperado o
lugar do baixo, uma surpreendentemente satisfatória substituição. A
orquestração e arranjos de Senna usam esta paleta colorida em singulares e
expressivos jeitos. O trem soa na evocativa "Turbulenta" de Freire por
exemplo, é facilmente reconhecível com tal, mas de uma forma que difere de, digamos,
"Daybreak Express" de Duke Ellington. As diferenças são as que fazem
excitantes.
Câmaranóva empenha-se para criar um espaço para si como uma
orquestra nacional de primeira classe dedicada a trazer o trabalho de
compositores contemporâneos brasileiros para o mundo. A excelência e beleza de Câmara
Brasileira representa um grande avanço nesta direção. Fãs da música
instrumental brasileira e jazz seguramente quererão adquirir esta coleção.
Faixas: Turma Toda; Laurence; Choro; Três Valsas; Anjú;
Nívea; Jeu No. 5; Turbulenta.
Músicos: Felipe Senna: piano; Bruno Soares: trompete;
Douglas Braga: saxofone; Eder Grangeiro: violino; Erick Ariga: fagote; Gabriela
Machado: flauta; José Luiz Braz: clarinete baixo; Lea Freire: flauta; Leandro
Lui: bateria; Marisa Lui: clarinete; Rafael Cesário: cello; Ramon Andrade:
violino; Ricardo Camargo: bombardino; Thais Morais: violino; Thiago Vieira:
viola; Vitor Ferreira: trompa.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=iQxgzt1QYP8
Fonte: Katharine (Katchie) Cartwright (AllAboutJazz)
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