O saxofonista Jon Irabagon aplicou sua técnica descomunal para
uma variedade de contextos de mudança, subvertendo o prazer do post-bop como
membro fundador do Mostly Other People Do the Killing, explorando dilacerantes
barulhos do rock com seu projeto I Don’t Hear Nothin’ But The Blues, compondo
para novos grupos de música ou desestruturando o repertório de Charlie Parker em
um projeto solo gravado no Black Hills National Forest em Falling Rock, Dakota
do Sul.
Porém, ao longo do tempo, ficou claro que o cenário mais
natural está levando Irabagon a liderar uma banda de hard-swinging através
de uma extração de temas de alta velocidade e simplesmente deixando-os voar. É uma
viagem feérica através de “Bebop”, que não é óbvia o bastante, mas não há como
perder a orientação da música fora do portão com a borbulhante “Sundance”, um
tema que requer linhas que apontam para o uníssono por parte do líder, do
pianista Matt Mitchell e do baixista Christ Lightcap, que toca baixo elétrico
em todas as faixas, exceto uma.
A meio do caminho, o tempo fica lento, transformando-se o
exercício bebop em uma balada infundida de soul, sintonizando o espírito gospel
de Albert Ayler via o clássico David Murray. O baterista Dan Weiss colide impulsos
de balanço com padrões maniacamente difíceis com naturalidade tipicamente ilusória
como em “Alliance” outro nó aquecido, esquema rítmico no início, que abre para
permitir a Irabagon explorar seu Pharoah Sanders interior. O trompetista
convidado, Adam O’Farrill, e o guitarrista Miles Okazaki adiciona algum
contraste tímbrico em um par de músicas, com a posterior injeção de algum
balanço funk na faixa título, mas o núcleo do quarteto revela uma harmonia
tranquila e o espírito puro do pedal-ao-metal.
Faixas: Sundance; Alliance; Hoodootoo; Bebop; Mammoth;
Rising Sun; Needles. (61:23)
Músicos: Jon Irabagon, sax tenor; Matt Mitchell, piano,
Fender Rhodes; Chris Lightcap, baixo elétrico, baixo acústico (4); Dan Weiss,
bateria; Miles Okazaki, guitarra (3, 6); Adam O’Farrill, trompete (5, 7).
Este álbum foi considerado, pela
DownBeat, como um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4
estrelas
Fonte: Martin Longley (DownBeat)
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