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sábado, 1 de julho de 2023

WHIT DICKEY / WILLIAM PARKER / MATTHEW SHIPP - VILLAGE MOTHERSHIP

“Village Mothership” apresenta uma constelação de estrelas que primeiro se reuniram há três décadas atrás. Apesar de lançado no selo do baterista Whit Dickey, Tao Forms, no trabalho em estúdio do trio em 2020, complementado pelo baixista William Parker e pelo pianista Matthew Shipp, manifesta-se como um trabalho cooperativo, distinto da primeira aparição deles em “Circular Temple (Quinton, 1990) ” sob a liderança de Shipp. Tão bem quanto sendo o trio de escolha do pianista por diversos anos, a tríade foi também 75% do respeitável quarteto do saxofonista David S. Ware de 1992 a 1996.

Embora, eles estejam, raramente, ocupando o palco ao mesmo tempo desde então, as conexões foram mantidas. Shipp e Parker renovaram a familiaridade em “Reunion (Rogue Art, 2021) ” e apareceram em outras recentes combinações, incluindo a participação, sob a liderança do baterista Francisco Mela em “Music Frees Our Souls Volume 1 (577 Records, 2021) ” (Nota: Resenha publicada neste blog em 04/05/22). Porém, esta sessão tem um argumento persuasivo, que é o longo relacionamento que pode trazer o melhor de alguém. Acima de tudo há a transparência para o toque de Dickey, onde ele parece ter reduzido seu estilo multidirecional para algo mais à vista, significando que ele deixa bastante espaço no qual seus colegas podem florescer. E isto é o que eles fazem.

Shipp toma completa vantagem, suplementando sua costumeira mistura de persistentes martelar de código Morse, brilhando como variações de Bach e repentinas descidas ao registro mais baixo com ritmos dançantes mais extensos que o normal. Nisto ele é auxiliado por Parker, que permanece uma força da natureza, circulando através de figuras repetidas, que alavanca o momento, enquanto desliza para um comentário vigoroso entre os tempos.

A abertura de "A Thing & Nothing" providencia um amplo leque da afirmação da potência deles com o ouvido capturando cativante saltos de frases fragmentadas e silêncio, então, posteriormente, uma passagem estonteante quando a ressonante pulsação de Parker e metálicos rimshots (NT: é uma técnica percussiva. Consiste em tocar determinado tambor de maneira que a baqueta, no momento do ataque, vá de encontro ao aro e o centro da pele do tambor ao mesmo tempo, reproduzindo assim um som mais encorpado e volumoso) de Dickey sincronizam com insistente tilintar agudo de Shipp. É tudo muito vigoroso porque nas outras cinco faixas eles evitam trazer esta forma, em particular, como adepto de esquivar-se do óbvio como se ele não tivesse opções. Como resultado há a persecução de cursos paralelos em uma estética hipersensível, uma constantemente atualizada triangulação que cria profundidade, complexidade, tensão e uma música mais importante e consistentemente envolvente.

Faixas : A Thing & Nothing; Whirling In The Void; Nothingness; Village Mothership; Down Void Way; Nothing & A Thing.

Músicos : Whit Dickey: bateria; William Parker: baixo; Matthew Shipp: piano.

Fonte: John Sharpe (AllAboutJazz)

 

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