“Village Mothership” apresenta uma constelação de estrelas
que primeiro se reuniram há três décadas atrás. Apesar de lançado no selo do
baterista Whit Dickey, Tao Forms, no
trabalho em estúdio do trio em 2020, complementado pelo baixista William Parker
e pelo pianista Matthew Shipp, manifesta-se como um trabalho cooperativo, distinto
da primeira aparição deles em “Circular Temple (Quinton, 1990) ” sob a
liderança de Shipp. Tão bem quanto sendo o trio de escolha do pianista por
diversos anos, a tríade foi também 75% do respeitável quarteto do saxofonista
David S. Ware de 1992 a 1996.
Embora, eles estejam, raramente, ocupando o palco ao mesmo
tempo desde então, as conexões foram mantidas. Shipp e Parker renovaram a
familiaridade em “Reunion (Rogue Art, 2021) ” e apareceram em outras recentes
combinações, incluindo a participação, sob a liderança do baterista Francisco
Mela em “Music Frees Our Souls Volume 1 (577 Records, 2021) ” (Nota: Resenha publicada neste blog em 04/05/22). Porém,
esta sessão tem um argumento persuasivo, que é o longo relacionamento que pode
trazer o melhor de alguém. Acima de tudo há a transparência para o toque de Dickey,
onde ele parece ter reduzido seu estilo multidirecional para algo mais à vista,
significando que ele deixa bastante espaço no qual seus colegas podem florescer.
E isto é o que eles fazem.
Shipp toma completa vantagem, suplementando sua costumeira
mistura de persistentes martelar de código Morse, brilhando como variações de Bach
e repentinas descidas ao registro mais baixo com ritmos dançantes mais extensos
que o normal. Nisto ele é auxiliado por Parker, que permanece uma força da
natureza, circulando através de figuras repetidas, que alavanca o momento,
enquanto desliza para um comentário vigoroso entre os tempos.
A abertura de "A Thing & Nothing" providencia
um amplo leque da afirmação da potência deles com o ouvido capturando cativante
saltos de frases fragmentadas e silêncio, então, posteriormente, uma passagem
estonteante quando a ressonante pulsação de Parker e metálicos rimshots (NT: é uma técnica percussiva. Consiste em tocar
determinado tambor de maneira que a baqueta, no momento do ataque, vá de
encontro ao aro e o centro da pele do tambor ao mesmo tempo, reproduzindo assim
um som mais encorpado e volumoso) de Dickey sincronizam com
insistente tilintar agudo de Shipp. É tudo muito vigoroso porque nas outras
cinco faixas eles evitam trazer esta forma, em particular, como adepto de
esquivar-se do óbvio como se ele não tivesse opções. Como resultado há a persecução
de cursos paralelos em uma estética hipersensível, uma constantemente
atualizada triangulação que cria profundidade, complexidade, tensão e uma
música mais importante e consistentemente envolvente.
Faixas : A
Thing & Nothing; Whirling In The Void; Nothingness; Village Mothership;
Down Void Way; Nothing & A Thing.
Músicos : Whit
Dickey: bateria; William Parker: baixo; Matthew Shipp: piano.
Fonte: John
Sharpe (AllAboutJazz)
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