O álbum de estreia do pianista Darrell Grant, “Black Art
(Criss Cross) ”, foi lançado em 1994, e veio a ser aclamado como um dos manifestos
definitivos do jazz em Nova York nos anos 1990. Contou com o baixista Christian
McBride, com o baterista Brian Blade e o já falecido, grande trompetista, Wallace
Roney. Todos eles realizariam grandes trabalhos com sua própria música. Em
2019, quase vinte anos depois, Grant teve a oportunidade de revisitar o
repertório do álbum no Birdland, convocando o baixista Clark Sommers, o
baterista Kendrick Scott e o trompetista Marquis Hill.
A única gravação feita à noite veio através do gravador digital
Sommers empregado para capturar o som da sua própria referência pessoal. Não
houve reconhecimento pelos músicos que a gravação foi bem-feita. De fato, até Grant
ouviu os arquivos do Sommers via Dropbox, nunca houve qualquer intenção de
lançar a gravação. Como o ouvinte pode claramente ouvir, não há captação para
efeito da gravação. A despeito das limitações da qualidade da gravação, Grant absorveu
o sentimento e a energia da música "soltou a gravação" e mereceu ser
ouvida. Ele sentiu que como a gravação original de “Black Art”, a música celebrou
"o prazer e a irrestrita possibilidade da expressão artística negra".
O resulta é “The New Black (Lair Hill, 2022)”.
Grant foi inegavelmente correto em sua assertiva, conforme a
música retratada na gravação é emocionante e documenta a singular expressão de
prazer destes quatro músicos providenciarem força e agilidade. A vibração de clube
é ouvida tão bem, com a audiência, aparentemente, passeando em cada nota com esperança
e júbilo.
Grant rearranjou as peças para refletir os 25 anos de
criatividade que ele experimentou desde a gravação original. Seu discernimento
permitiu aos músicos para pausar a abertura das peças, e adiciona suas prosas
individuais para a mente coletiva da música, e o quarteto em si. "Tilmon
Tones", por exemplo, apresenta uma conexão furiosamente suingante entre Sommers
e Scott, aperfeiçoado através das gravações e excursões junto com a banda de Kurt
Elling. "The New Black" retrata Hill como um perfeito instrumentista
de sopro para esta música, recolhendo e expandindo a interpretação original de Roney.
O trabalho de Hill ao longo da gravação é honesto, ousado e expressiva.
Grant estabeleceu que a Arte Negra fosse a "afirmação
do impacto musical das vozes que esteve na configuração da minha própria identidade".
“The New Black” carrega este conceito para frente com sabedoria de um quarto de
século da realização de música adicionada à fórmula. Em sua forma original, "For
Heaven's Sake" foi ofertada como um duo de trompete e piano em “Black Art”,
mas se expande para uma peça para banda completa na nova gravação. À rica
melodia e à sublime harmonia é dado um voo extra com um encerramento com
acompanhamento improvisado que permite a Hill ter o espaço para levar a peça
para o próximo nível do expressionismo. O solo de Grant apresenta maravilhosa
vocalização e dinâmica, passagens melódicas que apenas começam a expressar a
paisagem diversa do seu toque.
Desde que se mudou para o Noroeste do Pacífico, o agora
residente em Portland, Grant mergulhou em si mesmo na vibrante cena do jazz da
região como um instrumentista, compositor e educador. Sua genialidade é bem
conhecida naquela região, o que em alguma medida o tem isolado do centro
universal do jazz em Nova York. Esta é uma noite em Nova York em 2019 que é, de
algum modo, uma carta de amor a Gotham, escrita em um dos seus mais lendários
palcos. É uma exploração válida da alma do jazz visionário, que é algo
subestimado em uma escala internacional. Embora, a qualidade de gravação
pudesse, certamente, ser melhor, é boa o bastante para ouvir e, mais
importantemente, sentir a energia, a sabedoria e o movimento artístico da
música. O falatório do clube ao fundo dá à gravação uma ambiência familiar e
orgânica que qualquer fã de jazz pode narrar. O mais importante, é um
definitivo manifesto ao mundo do jazz, que é um conhecimento comum no Noroeste do
Pacícfico, que Darrell Grant é um artista de jazz residindo no topo da série
dos modernos protagonistas do jazz.
Faixas : Introduction;
The New Black; Tilmon Tones; Foresight; For Heaven's Sake; The New Bop;
Einbahnstrasse; Blue in Green; Freedom Dance; Opening Conversation.
Músicos: Darrell Grant: piano; Marquis Hill: trompete; Clark Sommers: baixo;
Kendrick Scott: bateria.
Fonte: Paul
Rauch (AllAboutJazz)
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