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terça-feira, 1 de agosto de 2023

ROSWELL RUDD & DUCK BAKER - LIVE (Dot Time)

O trombonista e etnomusicólogo, Roswell Rudd, cuja robustez e vigor foi tão profundamente fundamentado em toda a música do mundo como a transcender o gênero, foi esquecido dolorosamente desde sua morte aos 82 anos em 2017. Porém, ele está totalmente presente nestas quase duas décadas, duetos recém-disponíveis com igualmente estilo de dedo de longo alcance do guitarrista Duck Baker, 15 anos mais jovem de algo como seu protegido. O áudio estelar que compõe este vinil foi gravado ao vivo em duas apresentações da dupla: Faixas 1-2 e 6-8 foram gravadas no The Outpost em Albuquerque, Novo México, em 2004, enquanto as faixas 3–5 e 9-10 foram gravados no Tonic em Nova York em 2002.

O inusual formato trombone-folk e guitarra no jazz providenciado por um par não convencional, aquele que requer um delicado equilíbrio entre timbre e dinâmica, que estes instrumentistas encontraram através de uma audição perto um do outro. Fraseando como ele estivesse falando em passagens de exploração ou abstração, Rudd é um natural contador de estórias, pleno de detalhes e personalidade, embora às vezes goste de serpentear para atingir seus pontos.

Baker providencia, adoravelmente, ritmos cadenciados, toques precisamente graciosos e rica imaginação pessoal. Ele toca com alguma deferência à história do trombonista — abrangendo a banda tradicional dos estudantes de Yale que abre o Jazz on a Summer’s Day, o New York Art Quartet, associações com Steve Lacy, Archie Shepp, Sheila Jordan, Toumani Diabaté, Yomo Toro e muitos outros — ainda é tratado como um colega.

O instrumento de sopro e cordas são interdependentes, facilmente acondicionando em torno de cada um ou trocando papéis de liderança/papéis complementares, como em “Bemsha Swing” criando um diálogo sociável e convidativo.

Os dois se divertem — e providenciam — brincando com temas de Jelly Roll Morton, Thelonious Monk e Herbie Nichols.

Eles também soltam pedaços de Foster, Sousa, ragtime, Tin Pan Alley, Broadway e Hollywood de uns aos outros em improvisações baseadas na livre associação e sem lógica, a ponto de testar os limites de jogar juntos e separadamente como Baker faz notavelmente neste álbum de duetos. Confabulações com o guitarrista iconoclasta Derek Bailey. Rudd está em uma faixa lá, também. “Going West” apresenta a parelha tendo dificuldade, travando em qualquer terreno comum ou conscientemente desafiante à própria noção de tentativa de harmonização, esticando o que é cada um. Charles Ives realizou isto, também.

Deixe isso para maximalistas historicamente conscientes interpretar um experimento dissimulado em radical desconstrução.

Faixas: The Happenings; Buddy Bolden’s Blues; A Bouquet For JJ; Melancholy People; Well You Needn’t; Bemsha Swing; Going West; Light Blue; Show; Church. (62:07)

Músicos: Roswell Rudd, trombone; Duck Baker, guitarra.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=rr_mzQ_luwg

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte: Howard Mandel (DownBeat) 

 

 

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