O trombonista e etnomusicólogo, Roswell Rudd, cuja robustez
e vigor foi tão profundamente fundamentado em toda a música do mundo como a transcender
o gênero, foi esquecido dolorosamente desde sua morte aos 82 anos em 2017. Porém,
ele está totalmente presente nestas quase duas décadas, duetos
recém-disponíveis com igualmente estilo de dedo de longo alcance do guitarrista
Duck Baker, 15 anos mais jovem de algo como seu protegido. O áudio estelar que
compõe este vinil foi gravado ao vivo em duas apresentações da dupla: Faixas
1-2 e 6-8 foram gravadas no The Outpost em Albuquerque, Novo México, em
2004, enquanto as faixas 3–5 e 9-10 foram gravados no Tonic em Nova York
em 2002.
O inusual formato trombone-folk e guitarra no jazz
providenciado por um par não convencional, aquele que requer um delicado
equilíbrio entre timbre e dinâmica, que estes instrumentistas encontraram
através de uma audição perto um do outro. Fraseando como ele estivesse falando
em passagens de exploração ou abstração, Rudd é um natural contador de estórias,
pleno de detalhes e personalidade, embora às vezes goste de serpentear para atingir
seus pontos.
Baker providencia, adoravelmente, ritmos cadenciados, toques
precisamente graciosos e rica imaginação pessoal. Ele toca com alguma
deferência à história do trombonista — abrangendo a banda tradicional dos
estudantes de Yale que abre o Jazz on a Summer’s Day, o New York Art
Quartet, associações com Steve Lacy, Archie Shepp, Sheila Jordan, Toumani
Diabaté, Yomo Toro e muitos outros — ainda é tratado como um colega.
O instrumento de sopro e cordas são interdependentes, facilmente
acondicionando em torno de cada um ou trocando papéis de liderança/papéis
complementares, como em “Bemsha Swing” criando um diálogo sociável e
convidativo.
Os dois se divertem — e providenciam — brincando com temas de
Jelly Roll Morton, Thelonious Monk e Herbie Nichols.
Eles também soltam pedaços de Foster, Sousa, ragtime, Tin
Pan Alley, Broadway e Hollywood de uns aos outros em improvisações baseadas na
livre associação e sem lógica, a ponto de testar os limites de jogar juntos e separadamente
como Baker faz notavelmente neste álbum de duetos. Confabulações com o
guitarrista iconoclasta Derek Bailey. Rudd está em uma faixa lá, também. “Going
West” apresenta a parelha tendo dificuldade, travando em qualquer terreno comum
ou conscientemente desafiante à própria noção de tentativa de harmonização, esticando
o que é cada um. Charles Ives realizou isto, também.
Deixe isso para maximalistas historicamente conscientes interpretar
um experimento dissimulado em radical desconstrução.
Faixas: The Happenings; Buddy Bolden’s Blues; A Bouquet For
JJ; Melancholy People; Well You Needn’t; Bemsha Swing; Going West; Light Blue;
Show; Church. (62:07)
Músicos: Roswell Rudd, trombone; Duck Baker, guitarra.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=rr_mzQ_luwg
Nota: Este álbum foi
considerado, pela DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com a
classificação de 4 estrelas.
Fonte: Howard Mandel (DownBeat)
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