Talvez o maior sucesso de “Liberation Time” é que seu título
é sincero e não irônico. Tal sentimento poderia ter, facilmente, vindo como um
pouco atraente pensamento ansioso sob as restrições da vida durante a pandemia.
Sendo quem ele é, entretanto, John McLaughlin inevitavelmente encontra o valor
e positividade mesmo neste estranho estado de coisas. "A coisa maravilhosa
sobre música é que você coloca os fones de ouvido e você está com todos na
mesma sala" ele diz em consideração ao novo modus operandi de conferências
virtuais. Mesmo se isto não for literalmente verdade, a química entre o grupo
de amigos é, reconhecidamente, não obscurecida pela distância.
Claro, a proximidade é parcialmente devido à longa história
de trabalho da banda 4th Dimension com
Gary Husband, Etienne Mbappe e Ranjit Barot. Como um lado positivo das circunstâncias,
embora, McLaughlin tome vantagem do método da gravação remota para incluir um
punhado de colaboradores que não estariam, de outra maneira, disponíveis. Sua
guitarra brincalhona e as teclas de Husband estão reunidos à uma seção rítmica
diferente na abertura fervente de
"As the Spirit
Sings". O sax de Julian Siegel adiciona algum sabor extra de bebop à
intricada jam de rock-fusion em "Right
Here, Right Now, Right On", enquanto um grupo de apoio inteiramente
diferente voa através de mudanças rápidas.
Ao lado do núcleo do quarteto estão toques em pontos, tais
como na animada "Singing Our Secrets" ou a também brilhante
"Lockdown Blues" (temperada com algum descontraído konokol [NT: Konnakol é a
arte de executar sílabas de percussão vocalmente na música carnática do sul da
Índia] indiano, enquanto eles estão a fazê-lo), o convidado trilha a
condução para sentir toda a peça com o programa completo. O espírito inspirador
do líder unifica a música e a distribuição dos papéis tanto mais quanto sua voz
na guitarra surge. Sua matização viva, em conjunto, é inimitável como sempre, frequentemente
lacrimejando através destas lambidelas divertidas na velocidade de uma
chicotada, surpreendentemente complementada por um par de interlúdios
contemplativos, apresentando-o ao piano, outra adição que provavelmente não
ocorreria se estivéssemos em circunstâncias ordinárias. Mesmo que não possa
alcançar as elevações incendiárias de “Live at Ronnie Scott's (Abstract Logix,
2017)” ou de “John McLaughlin & Jimmy Herring—Live in San Francisco
(Abstract Logix, 2018)” este é uma radiante sessão afiada com liberação de
energia e esperança para o futuro.
Faixas :
The Spirit Sings; Singing Our Secrets; Lockdown Blues; Mila Repa; Right Here,
Right Now, Right On; Shade of Blue; Liberation Times.
Músicos : John
McLaughlin: guitarra; Gary Husband: bateria; Ranjit Barot: bateria; Etienne
Mbappe: baixo; Roger Rossignol: piano; Jean Michel Aublette: baixo; Vinnie
Colaiuta: bateria; Nicolas Viccaro: bateria; Julian Siegel: saxofone tenor; Sam
Burgess: baixo; Jérôme Regard: baixo; Oz Ezzeldin: piano.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=-9JmmDRowaI
Fonte : Geno
Thackara (AllAboutJazz)
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