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terça-feira, 10 de outubro de 2023

ADA RAVE / AARON LUMLEY / ONNO GOVAERT – BIOLUMINUS (Doek/RAW)

Nós podemos não nos referir mais à música e à criatividade da cena de Amsterdam com o título cunhado pelo autor Kevin Whitehead como a New Dutch Swing (Novo balanço holandês). Seu livro de 1998 do mesmo nome é descrito nas origens do movimento do free jazz na Holanda e seus novos mestres lendários tais como Misha Mengelberg, Willem Breuker, Han Bennink, Eric Boeren, Ab Baars, Ig Henneman, Ernst Reijseger e Wilbert De Joode. Talvez um rótulo poderia ser New Dutch Kings & Queens (Novos reis e rainhas holandeses), como a cena de Amsterdam vem a ser o estado soberano de todas as coisas free e músicos de todo o globo migraram para vir a ser cidadãos da cena mais criativa. Nos anos de 1960 e 70 os gostos de Evan Parker, Peter Brötzmann, Michael Moore e Sean Bergin encontraram inspiração na comunidade holandesa. Hoje o mesmo corpo político é bem-vindo em gostos como John Dikeman, Frank Rosaly, Luis Vicente e muitos outros emigraram para esta comunidade criativa.

Adicione aos nativos de Amsterdam a saxofonista argentina Ada Rave e o baixista canadense Aaron Lumley, dois terços do trio de free jazz, Bioluminus. O terceiro membro, Onno Govaert é um baterista demandado, que pode ser ouvido em “The Attic” com Gonçalo Almeida e Rodrigo Amado, Luís Vicente 4tet, Cactus Truck com Jasper Stadhouders e John Dikeman e o Kaja Draksler Octet com Rave. Todos os três músicos interagem e encontram novas combinações dentro do reino criativo de Amsterdam. Bioluminus é uma unidade criativa e fenomenal.

Esta gravação ao vivo de Maio e Junho de 2022 (consequentemente os títulos) é o primeiro lançamento do trio. Ela cozinha e ferve sobre múltiplos tempos nesta hora mais de música. Há uma abordagem vigorosa ao longo do trabalho, não apenas no tenor de Rave, mas também no tempo assertivo mantido por Lumley e na bateria enérgica de Govaert. Estas duas peças longas vagas (nos aspectos positivos da palavra) através de campos de energia e passagens meditativas. Rave primeiro dá uma pausa em seu ataque para as expressões do arco de Lumley e as experimentações sonoras de Govaert, pegando outra vez seu tenor, agora alterado, com objetos inseridos para desordenar o som. O trio favorece um fluxo contínuo de energia todo composto por um eterno impulsiona/segura entre os instrumentistas. Um solo de bateria é seguido por explorações em registros altos do saxofone soprano e do baixo antes de um blues arrastado e lento ser provocado pelo trio. Eles criam um tipo similar de momento, que você deve esperar de uma performance de Evan Parker, mas com um limite mais agressivo. O trio atua como se passasse shampoo, ensaboasse/enxaguasse/repetisse em sua segunda faixa. Quanto mais sujo fica o som deles, mais clara fica a experiência da audição.

Faixas: 9th Of June; 8th Of May.

Músicos: Personnel

Ada Rave: saxofone tenor; Aaron Lumley: baixo acústico; Onno Govaert: baterIA.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

 

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