Peggy Lee foi uma memorável cantora e compositora, mas para alguns
ouvintes, profundamente enigmática. Seu tempo, frequentemente bem atrás da
batida, transmitia um sutil senso de ironia. " Você está entendendo isto?"
ela, às vezes parecia dizer, "ou eu estou indo muito rápido para você?".
Ela poderia ser exuberante e o mundo teria quase a mesma respiração. Aparentemente,
coube ao público decifrar seu significado. Lee poderia transmitir expectativa e
experiência simultaneamente, como em sua versão de "Folks Who Live on The
Hill". "Fever". Não era como se fosse necessária muita
imaginação, com um baterista soltando pontos de exclamação, mas saborosamente, não
batia e moía. Tanto quanto qualquer cantora de sua geração, mesmo mais que
Anita O'Day, Lee poderia transportar um turbilhão emocional, nunca talvez
realmente distante de sua vida pessoal. Ela foi uma cantora para adultos, como
O'Day ou Billie Holiday. Ela poderia cantar docemente, mas esta não era sua imagem
costumeira quando ela chegou aos anos de 1960.
Estas mesmas qualidades são gloriosamente evidentes na boa escolha
de Ann Hampton Callaway para a celebração de Lee. Apenas, caso o ouvinte esteja
inclinado a esquecê-la, a versão de Callaway—e sua versão—de "Fever"
inclui um comentário irônico do primeiro casamento de Lee com o guitarrista
Dave Barbour, quando ela estava em seu estágio com Benny Goodman nos 1940. É um
aceno às composições de Lee, como "Captain John Smith and Pocahontas",
esta, Lee aparentemente adicionou. É instrutivo ouvir Callaway realizando
"Till There Was You". Esta canção data dos anos 1950, e Lee vendeu
isso como uma canção de amor direta, sem fogos de artifício. Callaway passa uma
impressão diferente, talvez de lamento. Quando você pensa em Lee como a voz da
experiência como em "Is that All There Is?", a qualidade de Callaway
é marcantemente diferente. É o
mesmo em "Folks Who Live on the Hill". Lee poderia estar
olhando para o futuro, mas Callaway deixa a impressão que ela já viu tudo.
"Black Coffee" foi interpretado por tantos
artistas desde Sarah Vaughan, que seria necessário um livro para comparar.
Callaway dá um tratamento sólido de blues, e como alguns outros, ela tem a voz
correta para isto, baixa e indecente. Lee praticamente fez assim também, mas nem
todo vocalista faz. Callaway é fiel ao original, mas então foi assim, Lee. Preferência
é uma questão de gosto. Por outro lado, algo do material está, bem, se não
obscuro, provavelmente novo para alguns. "The Other Part of Me," por
instante, ou "Johnny Guitar" é presumivelmente relativo a um filme de
Joan Crawford realizado em 1954 sobre os riscos de uma mulher independente no
Velho Oeste. Lee iniciou jovem e teve uma longa carreira, que incluía atuação. Nem
todos estarão familiarizados com sua inteira trajetória, ou alusões codificadas
para sua vida pessoal.
Quanto a Callaway, esta gravação só serve para mostrar que
ela não escolheu se apoiar em sucessos passados, dos quais houve muitos. Ela é,
como Lee, completamente versátil, indo muito além do blues básico, e muito como
cantora e compositora, não importa quais foram suas influências formativas. Há uma
gama de pistas sobre as perspectivas de Callaway em seu canto: qualquer um que
pode fazer uma canção como "Thoughts and Prayers" não está disposto a
comprometer a arte ou o talento de ninguém. Nem, se suspeita, Peggy Lee também.
Jazz pode ser complicado e, assim também, seus melhores expoentes.
Faixas: Fever;
Till There Was You; The Glory of Love; The Folks Who Live on the Hill; Sing a
Rainbow; I Don't Know Enough About You; Clair de Lune; Black Coffee; I Love
Being Here With You; Johnny Guitar; Where Can I Go Without You; This is A Very
Special Day/It's a Good Day; Angels on Your Pillow.
Músicos : Ann
Hampton Callaway : vocal; John Pizzarelli: guitarra; Ted Rosenthal: piano;
Martin Wind: baixo acústico; Tim Horner: bateria; Bob Mann: guitarra.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=_h9oBkLht9I
Fonte: Richard
J Salvucci (AllAboutJazz)
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