Faz 45 anos desde a explosão de David Murray nos sótãos do Lower
East Side da California. Durante algum tempo, ele esteve próximo da onipresença
e acumulou uma discografia para emparelhar. Embora os lançamentos tenham sido
menos prolíficos em décadas, ele permanece impacientemente ativo e “Seriana
Promethea” por seu bravo Brave New World Trio enfileira-se ao lado do
seu melhor. Com um estilo de saxofone amarrado entre polos gêmeos de New
Thing de Albert Ayler e práticas mais iniciais de Coleman Hawkins e Ben
Webster, sendo que o último exerceu o maior impulso ao longo do tempo.
Das oito faixas, sete são compostas por Murray e uma é uma
reinterpretação, compreendendo material aprimorado na excursão e subsequentemente
registrado em estúdio em Novembro de 2021. Cada faixa está baseada em torno de
uma acessível forma de canção, conduzidas com desembaraço pelo baixista Brad
Jones e pelo baterista Hamid Drake, que fornecem um sólido alicerce e um
suíngue animado, que permite ao líder ir tão longe quanto ele deseja, mas embala
bastante atrevido para pegar firme quando necessário.
Enquanto não haja nada revelador sobre o toque de Murray,
ele é supremamente talentoso, pleno de nuance, e um consumado expoente da balada.
Sugerindo suas experiências seminais nos porões, ele dar cor ao seu discurso
contemporâneo atual com extremos astutamente cooptado e um comando anormal dos
registros altos. Com sua extraordinária e aprofundada entonação amadeirada, Jones
prova a fonte da variação melódica sem esquecer uma batida, ambas em
contraponto e quando caminha para frente. Ele pode manter os acompanhamentos
improvisados com o melhor, mas o que ele insere arrebata a atenção. Murray tem
sempre exibido uma afinidade com vigorosos bateristas, conforme atestam álbuns com
Sunny Murray, Rashied Ali, Andrew Cyrille, Steve McCalland, Elvin Jones, assim
seus dez anos de associação com Drake não é nenhuma surpresa.
Murray empunha seu clarinete baixo para um único tempo no
balanço animado da faixa título, estabelecendo um filtro de um acompanhamento
musical em associação com Jones antes de girar execuções expandidas pontuadas
por ocasionais uivos excitados. Cada uma das faixas permanece verdadeira para
os parâmetros das músicas, mas Murray frequentemente estende os limites, talvez
representando, ao fazê-lo, os desafios em si mesmo. Destes vem a estonteante
"Rainbows For Julia" com seu doloroso, ainda que um sentimento
celebratório, onde após estabelecer o tema, ele elabora, executando suas notas
reunidas usando um efeito vibrante, que ele toma mais e mais para limpar ervas
daninhas, enquanto mantém o refrão apenas sobre o discernível. O impacto geral é marcante.
Murray similarmente introduz a tradição com o léxico
avançado do saxofone para confundir as expectativas em outras partes também, se
com um legato que flui como lava sobre sólidos afloramentos em "Necktar"
ou o tempero de suas linhas alongadas com exclamações apimentadas na animada
"Switchin' In The Kitchen". “Anita Et Annita" convence com um
retrato duplamente terno, enquanto Murray impregna "If You Want Me To
Stay" de Sly And The Family Stone com um fervor quase religioso. O
jazz clássico, mas que se estabelece à parte daquilo, é feito tão bem e com
absoluta convicção.
Faixas: Seriana
Promethea; Necktar; Metouka Sheli (Ballad For Adrienne); Rainbows For Julia;
Switchin' In The Kitchen; Anita Et Annita; If You Want Me To Stay; Am Gone Get
Some.
Músicos: David Murray: saxofone tenor, clarinete baixo; Brad
Jones: baixo; Hamid Drake: bateria.
Nota : Este álbum foi considerado, pela
DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 estrelas.
Fonte: John
Sharpe (AllAboutJazz)
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