Duos de saxofone tenor e bateria eram uma coisa usual nos
anos 1950, mas John Coltrane e Elvin Jones elevou o formato uma década depois. Entre
suas mais exaltadas incursões estava a faixa título de “One Down, One Up: Live
At The Half Note (Impulse, 2005)” de Coltrane, gravada em 1965. Caso você tenha
perdido a notícia, este álbum obteve uma otimização no áudio no início de 2022 no
selo Suíço ezz-thetics, na remasterização de “Song Of Praise: Live New
York 1965: Revisited”.
Proeminentes herdeiros atuais de Coltrane e Jones, estão
Binker e Moses, de Londres, uma parceria semi-free do saxofonista tenor Binker
Golding e do baterista Moses Boyd, que começou sua corrida de cinco álbuns (até
aqui) com “Dem Ones (Gearbox)” em 2015. Outro duo europeu altamente recomendado
é o do saxofonista Christopher Kunz e do baterista Florian Fischer, que
estrearam com “Die Unwucht (ezz-thetics)” em 2020.
Agora chega o I Am, de Chicago, que é formado pelo saxofonista
Isaiah Collier e o baterista Michael Shekwoaga Ode. Collier também toca sax
soprano, assim como o fazem os saxofonistas anteriormente mencionados, mas o
tenor é o seu principal instrumento. Além disto, foi parcialmente inspirado
pelo intercâmbio de solo entre Collier e Ode durante o quinto movimento do
estonteante “Cosmic Transitions (Division 81, 2021)” de Collier, que foi
gravado ao vivo, em um estúdio, em uma noite de Junho de 2021. O título deste
álbum, apropriadamente em retrospecto, foi uma referência a “Transitions
(Impulse, 1970)” de Coltrane. Apropriadamente, porque as sessões de “Transitions”
incluiu o dueto tenor/bateria "Vigil", que apareceu no álbum de Coltrane,
de 1966, pela Impulse, “Kulu Se Mama”.
Como Binker & Moses, I Am é melhor descrito como
um grupo semi-free, e também como Binker & Moses o duo varia o nível
da intensidade de faixa a faixa, e alcança extremidades de paixão sonora majoritariamente
através do uso da técnica "convencional". Collier e Golding empregam vocalização,
mas evita o registro altíssimo.
Também como os londrinos, “I Am” tem uma propensão para
títulos de faixas floridos, embora passando por declarações de imprensa de Collier
e Ode, e o uso do percussionista " curador de som " Jimmy Chan na
abertura xamânica do álbum, "Invocation", a trajetória completa de
oriundos de Chicago está mais próxima da espiritualidade explícita de Coltrane
(e Jones), então isto é ficção científica de Golding e Boyd. Porém, de onde vem, “Beyond” é um negócio real.
Faixas:
Take Me Beyond; Suns Of Mercury (Storms Of Revelations); Confessions Of The
Heart; Bend Of The Universe (Trust With All Your Heart); The Vessel Speaks;
Omniscient (Mycelium); Hymn: Love Beyond Compare.
Músicos: Isaiah Collier: saxofone; Michael Ode: bateria; Jimmy
Chan: percussão e voz (1)
Nota: Este álbum foi
considerado, pela DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com classificação
de 4 estrelas.
Fonte: Chris May (AllAboutJazz)
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