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terça-feira, 17 de outubro de 2023

TONY MONACO- FOUR BROTHERS (Chicken Coup Records)

O estado corrente da música gravada está em fluxo de formas como nunca houve antes. Audiências jovens tem sabores variáveis e é como pegar e escolher faixas em plataformas de streaming. Assim a ideia de um álbum tendo completitude e uma singular existência é uma ideia totalmente estranha para muitos ouvintes abaixo de 30 anos. Entretanto, o álbum conceitual foi integral para os ouvintes do jazz na estreia da gravação em LP. Imagine o léxico do jazz sem “Kind of Blue (Columbia, 1959)” de Miles Davis, “A Love Supreme (Impulse!, 1965)” de John Coltrane ou “Far East Suite (RCA Victor, 1967)” de Duke Ellington e você terá uma ideia.

Em torno de 50 anos, ele dispendeu seu tempo como músico profissional, o organista de jazz, Tony Monaco, permanece um dos segredos mais bem mantidos do mundo jazzístico. Parte de uma pujante e vital cena do jazz em Columbus, Ohio, Monaco seria, provavelmente, melhor conhecido se ele tivesse feito de Nova York seu lar. Porém, por muitas razões, ele permanece nas redondezas do seu ambiente e trouxe sua música para o mundo via seus talentos evoluídos no uso da tecnologia. É impressionante quando você alcança o que Tony capturou nesta música dinâmica em seu estúdio caseiro.

Para seu décimo-segundo álbum como líder, alguém deve dizer que ele retornou às raízes e, de muitas maneiras, é verdade. Este é um álbum verdadeiro no senso que inclui três inéditas de Monaco e um punhado de valiosos standards programados sagazmente para uma boa audição. No formato e na inclusão da música "Brothers-4", há, também, uma homenagem ao ícone do organista de jazz da Columbus, Don Patterson. Monaco carrega na chama da sua geração e, esperançosamente, do futuro.

A composição de Monaco, "Four Brothers", é ouvida em duas versões e é um clássico arrasta pé vindo à vida com a bateria de Willie Barthel III. "Brothers-4" de Patterson é aparentada da peça de Monaco, que é icônica in natura. O balanço da segunda linha estimula Barthel a expor as chamas para uma performance em combustão com a guitarra rica de Kevin Turner acompanhando à frente e no centro da mistura.

A versão de Monaco para "Mas Que Nada" é uma criatura diferente da versão melodiosa que os estadunidenses ouviram em 1966, quando Sérgio Mendes interpretou a canção. Barthel agita a fermentação em proporções bacchanalianas, completa com os saxofonistas Edwin Bayard soprando um suingante saxofone tenor e Turner apresentando acompanhamentos improvisados pungentes em notas simples em sua própria forma.

O renomado guitarrista Grant Green sempre será associado com a profundamente moderna "Jan Jan", que pode ser ouvida em seu “Live at Club Mozambique (Blue Note) ” de 1971 e “Live at the Lighthouse (Blue Note) ” de 1972. Monaco e banda mudam as coisas com a sólida batida de Barthel em dois e quatro tambores. Quando Bayard vem com seu solo no tenor, eles passam do suingue para um fim variado. Raramente tem o que é, essencialmente, uma jam de acorde único soando tão moderna.

O destaque do trabalho é uma animada folia em "My Shining Hour", que encontra cada um em sua forma máxima. Bayard estabelece-se diretamente na tradição do folk como Gene Ammons e Houston Person, mas vai além destes indicativos com passagens fluentes em registro alto no seu instrumento. Monaco literalmente tira as paradas do seu solo alucinante seguido por uma igualmente animada corrente intercambiando as oitavas.

É uma espécie peculiar do reino da música clássica, reverência a pessoas como Bach e Beethoven, que têm honrado a tradição, enquanto mera esperança no jazz no impulsionamento para frente, que parece sugerir algo que a tradição é antiquada. Nada poderia ser adicional à verdade e esforços de Monaco, que aqui, apontam bem para a vitalidade continuada do conjunto de órgão no jazz.

Faixas: Four Brothers; You Can Count on Me; Mas Que Nada; Jan Jan; One For Everyone; Lush Life; Brothers-4; My Shining Hour; Four Brothers Too.

Músicos : Tony Monaco: órgão, Hammond B3; Edwin Bayard: saxofone tenor; Kevin Turner: guitarra; Willie Barthel III: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assista ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ddIURJSq0pc

Fonte: C. Andrew (AllAboutJazz)

 

 

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