Desde 1967, quando a pontuação gráfica Treatise, em
193 páginas, do compositor britânico Cornelius Cardew foi publicada, houve
controvérsia sobre o papel da atuação de pontuações gráficas na música
improvisada. Tendo trabalhado em Treatise de 1963 a 1967, uma vez
publicada e discutida, Cardew escreveu Treatise Handbook, publicado em
1971, que não esclarece como os complexos gráficos de Treatise poderiam
ser interpretados.
A razão da nota histórica é que com “Playon Crayon”, Elsa
Bergman deve ter seguido as pegadas de Cardew. A capa do álbum e sua brochura
contêm sete obras brilhantemente coloridas de Bergman, que compartilham seus
títulos com as faixas do álbum. Sim, eles são partituras gráficas destas faixas,
que foram interpretadas por Bergman no baixo, Susanna Santos Silva no trompete,
David Stackenäs na guitarra, Katt Hernandez no violino e Matilda Rolfsson bateria
e gravado em Fylkingen, Estocolmo, em 22 de Agosto de 2021.
Neste ponto, leitores são convidados a olhar a capa do álbum,
que apresenta a parte de "Kaleidoscope" e pensar sobre a música que pontuação
gráfica pode desencadear. O folheto do álbum explana que "a cada músico
foi atribuído uma cor específica – parte codificada—Vermelho para Silva, amarelo
para Stackenäs, vermelho para Hernandez, violeta para Rolfsson, azul para
Bergman—para, além de explicar brevemente suas ideias e providenciando algumas
direções livres, os músicos foram questionados a trazer suas próprias
imaginações para a performance". Se isto soa como base para
uma improvisação free, a música do álbum confirma isto. A razão é
particularmente verdade para as duas versões de "Kaleidoscope", que suporta
o álbum. Se alguém ouve as faixas enquanto observa o arranjo, é quase
impossível dizer que um som foi tocado por causa de uma marca particular do
arranjo, ouvindo as duas faixas, elas soam diferentes o bastante para não serem
interpretações do mesmo arranjo.
Dos seis arranjos, além de "Kaleidoscope", para
"Rosmarie", "Heartbeats", "Maths" e
"Telephone Cords" todos têm alguma notação musical convencional —notas
em pautas— misturada com elementos mais abstratos e, assim, seguem os passos de
Treatise. Ocasionalmente, nestas peças uma frase ou acompanhamento
improvisado é executado de forma que poderia ter sido citado a partir da
partitura gráfica da peça. Entretanto, nenhuma destas peças soam completamente
compostas e a improvisação é dominante. Bergman tem dito, "A ideia para “Playon
Canyon” veio da vontade de encontrar novas direções para a música, enquanto
ainda mantém o sentimento da liberdade e improvisação". Completamente, o
baixo de Bergman é o esteio da música do quinteto, para a dimensão do seu toque
tem mais efeito no som da banda do que suas pontuações. Em ambos os casos, ela
pode estar orgulhosa dos resultados finais, assim como seus companheiros de
banda.
Faixas: Kaleidoscope
I; Rosmarie; Heartbeats; Maths; The Sea; Phone Cords; Inspired by Steve Adams;
Kaleidoscope II.
Músicos: Elsa Bergman: baixo acústico; Susana Santos Silva:
trompete; David Stackenäs: guitarra; Katt Hernandez: violino; Matilda Rolfsson:
bateria.
Fonte: John
Eyles (AllAboutJazz)
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