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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

ERNESTO CERVINI – JOY (Three Pines Records)

Joy (Prazer). Isto é como o baterista canadense Ernesto Cervini desliza. Todos seus empreendimentos musicais— e há muitos— tem suporte no lado solar da rua com sorrisos nas faces, cravos nas lapelas. Realmente, em seu trabalho como chefe da Orange Grove Publicity—representando os mais finos artistas de jazz do Canada— prazer, positividade e princípio geral em torno das boas vibrações permeiam.

Para seu álbum “Joy”, Cervini traz três dos seus regulares grupos de trabalho, Turboprop, Tetrahedrone, TuneTown, para ajudá-lo a explorar a série de novelas de mistério da autora Louise Penny, "Gamache, Three Pines", compondo trabalhos que exsudam as qualidades de bondade, decência e, às vezes, exuberância, às vezes com aceitação plácida da vida como ela é, a partir da perspectiva do otimismo e fé na natureza humana.

A abertura do álbum, "Three Pines", soa como algo de uma igreja não confessional. Uma unidade jazzística. Vocalização sem palavras (uma primeira para um disco de Ernesto Cervini) de Felicity WIlliams, Emilie-Claire Barlow e Amy Cervini, são pequenos coros de uma celebração angelical para a vida, flutuando nas nuvens dentro de uma excelente seção rítmica. "Surprised By Joy" cozinha sobre uma chama alta, sendo a seção rítmica uma panela de turbulenta água fervente, uma frigideira estourando nas chamas do saxofone no topo do fogão. "Myrna", o nome que o proprietário da Three Pinesusou em sua livraria, escoa lentamente em um balanço misterioso, dando a impressão que a loja permanece aberta poucas horas.

Estabelecimento desta forma, com um embaralhamento de bandas e vocal e música não vocal, tem o potencial para tropeçar em uma ausência de coesão. Porém, o melhor deles, como os álbuns da ECM Records Selected Series, com curadoria refletida e produzida— a contribuição do baterista Jon Christensen, de 2004, para esta série vêm à mente —são uma delícia para os ouvidos abertos. “Joy” está na liga. A vocalista Amy Cervini, que assume o microfone na abertura do disco previamente mencionado, produziu “Joy”, para garantir evitar o tropeço. Com o tema de Louise Penny, a mão hábil de Amy Cervini, e a musicalidade de alto nível ao redor— sem esquecer as composições distintas de Ernesto Cervini—“Joy” é um trabalho atraente, iniciando com a sua abertura "Three Pines", até o encerramento, "I'm FINE", apresentando magnífica harmonia de três instrumentos de sopro e um relaxado solo de sax tenor de Kelly Jefferson, que evoca a perfeição do título da música.

Faixas: Three Pines; Surprised By Joy; Myrna; Sandalwood And Rosewater; Clara; Roar And Havoc; Ruth's Rosa; The Moth; Oliver & Gabri; Bella Bella; Peter Morrow; The Beautiful Mystery; Lacoste; Beuvoir; I'm FINE.

Músicos: Ernesto Cervini: bateria;Felicity Williams: vocal (1); Emilie-Claire Barlow: vocal (1); Amy Cervini: vocal (1); Alex Sameras: vocal (8, 12); Virginia MacDonald: clarinete (7); Tara Davidson: saxofone alto (2, 5, 9, 10, 12, 15); Luis Deniz: saxofone alto (6); Kelly Jefferson: saxofone tenor e soprano (2, 3, 8, 10, 12, 13, 15); Jim Lewis: trompete (7); William Carn: trombone: (2, 9, 10, 12, 15); Adrean Farrugia: piano (2, 4, 10, 12, 15); Don Scott: guitarra (1); Dan Fortin: baixo acústico (1, 2, 4, 7, 10, 12, 15); Artie Roth: baixo acústico (3, 13); Rich Brown: baixo elétrico (6, 14).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=M2jnEY5ZYHs

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz) 

 

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