Joy (Prazer). Isto é como o baterista canadense Ernesto
Cervini desliza. Todos seus empreendimentos musicais— e há muitos— tem suporte
no lado solar da rua com sorrisos nas faces, cravos nas lapelas. Realmente, em
seu trabalho como chefe da Orange Grove Publicity—representando os mais
finos artistas de jazz do Canada— prazer, positividade e princípio geral em
torno das boas vibrações permeiam.
Para seu álbum “Joy”, Cervini traz três dos seus regulares grupos
de trabalho, Turboprop, Tetrahedrone, TuneTown, para
ajudá-lo a explorar a série de novelas de mistério da autora Louise Penny, "Gamache,
Three Pines", compondo trabalhos que exsudam as qualidades de bondade,
decência e, às vezes, exuberância, às vezes com aceitação plácida da vida como
ela é, a partir da perspectiva do otimismo e fé na natureza humana.
A abertura do álbum, "Three Pines", soa como algo
de uma igreja não confessional. Uma unidade jazzística. Vocalização sem
palavras (uma primeira para um disco de Ernesto Cervini) de Felicity WIlliams,
Emilie-Claire Barlow e Amy Cervini, são pequenos coros de uma celebração
angelical para a vida, flutuando nas nuvens dentro de uma excelente seção
rítmica. "Surprised By Joy" cozinha sobre uma chama alta, sendo a
seção rítmica uma panela de turbulenta água fervente, uma frigideira estourando
nas chamas do saxofone no topo do fogão. "Myrna", o nome que o
proprietário da Three Pinesusou em sua livraria, escoa lentamente em um
balanço misterioso, dando a impressão que a loja permanece aberta poucas horas.
Estabelecimento desta forma, com um embaralhamento de bandas
e vocal e música não vocal, tem o potencial para tropeçar em uma ausência de coesão.
Porém, o melhor deles, como os álbuns da ECM
Records Selected Series, com curadoria refletida e produzida— a
contribuição do baterista Jon Christensen, de 2004, para esta série vêm à mente
—são uma delícia para os ouvidos abertos. “Joy” está na liga. A vocalista Amy
Cervini, que assume o microfone na abertura do disco previamente mencionado, produziu
“Joy”, para garantir evitar o tropeço. Com o tema de Louise Penny, a mão hábil
de Amy Cervini, e a musicalidade de alto nível ao redor— sem esquecer as
composições distintas de Ernesto Cervini—“Joy” é um trabalho atraente, iniciando
com a sua abertura "Three Pines", até o encerramento, "I'm
FINE", apresentando magnífica harmonia de três instrumentos de sopro e um
relaxado solo de sax tenor de Kelly Jefferson, que evoca a perfeição do título
da música.
Faixas: Three
Pines; Surprised By Joy; Myrna; Sandalwood And Rosewater; Clara; Roar And
Havoc; Ruth's Rosa; The Moth; Oliver & Gabri; Bella Bella; Peter Morrow;
The Beautiful Mystery; Lacoste; Beuvoir; I'm FINE.
Músicos: Ernesto
Cervini: bateria;Felicity Williams: vocal (1); Emilie-Claire Barlow: vocal (1);
Amy Cervini: vocal (1); Alex Sameras: vocal (8, 12); Virginia MacDonald:
clarinete (7); Tara Davidson: saxofone alto (2, 5, 9, 10, 12, 15); Luis Deniz: saxofone
alto (6); Kelly Jefferson: saxofone tenor e soprano (2, 3, 8, 10, 12, 13, 15);
Jim Lewis: trompete (7); William Carn: trombone: (2, 9, 10, 12, 15); Adrean
Farrugia: piano (2, 4, 10, 12, 15); Don Scott: guitarra (1); Dan Fortin: baixo
acústico (1, 2, 4, 7, 10, 12, 15); Artie Roth: baixo acústico (3, 13); Rich
Brown: baixo elétrico (6, 14).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=M2jnEY5ZYHs
Fonte: Dan
McClenaghan (AllAboutJazz)
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