Qualquer amante de música que se impressiona com os
prolíficos lançamentos do multi-instrumentista Gordon Grdina ao longo de poucos
anos, não duvidaria em descrever seu trabalho com The Twain como uma
descoberta maravilhosa. Três horas foram gravadas no GOK Studio em Tokyo
em 2019, então editadas para aproximadamente setenta minutos para um lançamento
no final de 2022. É certamente valiosa a espera, se não por outra razão, por haver
a ilustração e reafirmação do amplo alcance da musicalidade do canadense e o
espírito generoso de colaboração.
Iniciando com um uivo em "Old Grudge" com as
guitarras de Grdina e a bateria de Tamaya Honda, eles fazem um começo chamativo.
Ao mesmo tempo, é um ajuste ideal para "Spinal Fusion", onde o vocal angular de Koichi Makigami circunda similar
instrumentação e torna tudo supremamente fantasmagórico.
Curioso o bastante (ou talvez não), este trabalho mais longo
atinge 9:02 é tão simultaneamente convincente para ouvir quanto chato. Passando
no proverbial piscar de olhos, ele retrata as relativas dinâmicas do álbum,
intencionalmente ou não, como o sempre tão ligeiramente subjugado "Nengemisho''
permite aos músicos avançar em um passo mais deliberado. No último minuto da
faixa, entretanto, eles aumentam a intensidade para corresponder ao que de
outra forma compreende a maior parte do LP.
Ainda assim, a altitude em que o quarteto sobe diminui um
pouco —embora não haja grande perda—com "Gullwing". A banda atua rapidamente
com duas tomadas que seguem, na forma de "Humpback", então a faixa
mais curta da gravação, em 2:03 "Rushhour": aqui Grdina e Twain tocam
com seus instrumentos, pelo menos, parcialmente acústicos. A gentil interação
intricada é uma bem-vinda trégua, aqui, próxima do ponto médio da gravação, se
apenas permitir absorção dos gostos estimulantes da que a precedeu, tão bem
quanto em preparação para a recompensa que está por vir, como a dissonância
silenciosa de "Undercurrent".
Combinações de ida e volta desconectadas aqui com uma voz
rouquenha para estender o alcance da atenção, enquanto isso, adicionando o
cornet de Kōichi à mistura em "Circe"— ao lado do theremin (NT: é um dos primeiros instrumentos musicais completamente
eletrônicos, controlado por qualquer contato radioativo pelo músico), jaw
harp e koto em vários pontos—é um lembrete sagaz de uma destilação
inteligente das sessões originais, que este título é. Em mais afirmação deste
ponto (como se fosse necessário), há a ultrassuavidade que segue a partir de "Orochi"
para "Divergent Dialect", deliberadamente ecoando a entrada inicial
da voz anterior, que imbui este astuto e
evocativas performances multifacetadas com uma bem-vinda lógica circular.
Honra nessa frente, entre outros, incluindo o amplo e bem
definido estéreo, para os coprodutores Grdina e John Raham (tanto quanto o
associado Mark E. Rappaport). Tal como um sentimento complementar também ocorre
quando se ouve a surra de "The Depths", uma faixa de cordo com a
inspiração fundamental atrás desta gravação, concluindo sua música com ênfase
proposital e poderosa.
Faixas: Old
Grudge; Spinal Fusion; Nengemisho; Gullwing; Humpback; Rushhour; Undercurrent;
Circe; Orochi; Divergent Dialect; Acheron River; The Depths.
Músicos: Gordon Grdina: oud, guitarra elétrica; Michiyo
Yagi: koto, eletrônica; Makigami Koichi: voz, theremin, Jew’s harp, cornet,
shakuhachi; Tamaya Honda: bateria, percussão.
Fonte: Doug Collette (AllAboutJazz)
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