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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

KONRAD AGNAS - RITE OF PASSAGE

Para Konrad Agnas tudo é pulsação, e você pode estar pensando que é porque a descrição de seu trabalho diário é de baterista. Nós o temos ouvido na bateria nos trios, quarteto e sexteto de Alberto Pinton e no septeto de Johan Lindstrom, uma versão ampla do Angles e várias outras formações. Com “Rite Of Passage” ele lidera de sua bateria e sai com coprodução, créditos de composição e algum sintetizador para esta sessão. Talvez, o equivalente estadunidense para este baterista sueco seja Mark Guiliana. Ambos são omnívoros, inclinados a colecionar sons do cânone ortodoxo do jazz e , também, de fontes contemporâneas fora do jazz.

A breve faixa de abertura "Intro", as duas composições " Untitled 1972" e " Untitled 1971", e o fim em poucos segundos de "Siwa" extraem tanto do hip-hop e de fontes eletrônicas quanto do jazz. Agnas expande esta abordagem galvanizada com a faixa título, que extrai uma conexão aos experimentos de Joe Zawinul no Weather Report e da música pós Weather Report. Agnas estabelece uma pulsação pesada via o baixo de Torbjörn Zetterberg e seu toque na bateria, então se baseia nisso com acompanhamentos improvisados de órgão e clarinete baixo para criar um som tribal sulcado. Este mesmo sentimento de Zawinul permeia "Weather Report" com passagens dos sintetizadores e os sons solitários do saxofone tenor de Per Texas Johansson. A destreza aludida anteriormente é evidente em outras faixas. "Siwa" inicia como um blues tradicional antes de construir um esperto arranjo à la Gil Evans, e "Bismillah" adiciona a tambura (NT: também conhecida como tanpura ou tanpuri, é um instrumento musical de origem indiana composto por quatro cordas dedilhadas e braço sem trastos, que costuma acompanhar a música vocal, emitindo um bordão para sustentar a tonalidade nos silêncios) de Vilhelm Bromander, para criar uma espécie de momento de fusão de Miles Davis com a música mundial. Nós sentimos um sabor de Harry Partch em "Arthur And Jeremiah", onde sons singulares são produzidos a partir de batidas ecoantes e instrumentos familiares, criando sons não familiares. Estes são inventivos e convincentes.

Faixas: Intro; Månen och Vargen; Don Rhythmicon; Untitled 1972; Siwa; Half Year Song; Bismillah; Arthur and Jeremiah; Untitled 1971; Rite of Passage.

Músicos: Konrad Agnas: bateria & OP1 Synthesizer; Johan Graden: piano & hammond B3 organ; Torbjörn Zetterberg: baixo; Per Texas Johansson: saxofones, clarinete baixo & flautas (7); Vilhelm Bromander - tanbura

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

 

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