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terça-feira, 7 de novembro de 2023

MICHAEL FORMANEK QUARTET – OTHER ZONES (Circular File Records)

O principal empreendimento do baixista Michael Formanek durante 2010 com seu quarteto estava repleto de estrelas, que exibia Tim Berne (sax alto), Craig Taborn (piano) e Gerald Cleaver (bateria), ajudando o líder a carregar suas composições ousadas. Isto resultou em ótimos lançamentos pelo selo ECM, “The Rub and Spare Change” e “Small Places”.

Por um tempo, essa parecia ser a produção total gravada deste quarteto extraordinário até 2020 surgiu um documentário de uma apresentação realizada perto do final de sua temporada, Pre-Apocalyptic.

Agora, o quarto lançamento do quarteto de Formanek. “Other Zones” não é ao vivo, foi gravado em estúdio. Porém, o que torna isso especial é que em vez desta coleção ser veículo para arranjos de Formanek como seus três álbuns anteriores, estas são gravações de improvisações estúdio, fazendo delas essencialmente coliderada por todos os quatro músicos que participam dela. Ouvindo estes improvisadores de primeira linha, que realizam o voo na música revelando ainda outro lado do Quarteto, que nós não tínhamos ouvido anteriormente na íntegra, embora eles ainda estejam ativos. Além disso, há mais de setenta minutos destas sessões recém reveladas para refletir.

Estas nove faixas têm tempos de execução amplamente divergentes, indicando que eles foram apenas enquanto parecia certo. Instrumentistas mergulharam e entraram e saíram conforme os instintos ditaram. Noções vagas cristalizadas dentro de temas plenamente formados. Isto está claramente no trabalho de músicos que sabem como navegar seu caminho em torno do desconhecido.

Cada seleção tem seu próprio tesouro de ideias.

“Solid Bones” apresenta-se em trio com Cleaver tamborilando em torno de sua bateria. Quando Berne entra, a progressão do acorde apresentada no início solidifica como uma forma, que no começo se solidifica. Até parece mais como uma criação retorcida de Berne (as composições de Berne deixam um pouco de campo para improvisação, de qualquer forma). Cleaver impulsiona a música para uma marcha estridente, concebendo uma batida única para ela.

“Skipping Stones” começa com um dueto de Cleaver/Berne, mas Formanek logo centraliza-a e Taborn seletivamente preenche lacunas tonais. Cleaver, outra vez, inventa uma pulsação em torno da linha do baixo de Formenek, para cima e para baixo, e Taborn executa um ataque pleno de acordes antes de estabelecer o caminho para o retorno de Berne e os outros três breve, posteriormente, endurecerem em uma máquina de balanço impenetrável.

“Speaker Cones” inicia com Cleaver, Formanek e Berne correndo livremente solto, então lentamente reagrupa e formula seus novos movimentos, que é essencialmente uma firmemente amarrada, a interação de Berne/Formanek/Cleaver. Formanek utiliza o arco combinado com o sax surdinado de Berne em “Porcelain Thrones” para criar uma inquietação, que assegura bastante o desenrolar de uma breve explosão antes de recuar outra vez para um fermento melancólico.

A natureza pesquisadora das linhas de baixo de Formanek contra o piano tátil de Taborn estabelece o caráter inicial de “Vibrant Tones”, correndo em um ritmo rápido para o segundo tempo, que desenrola a forma no início, antes de se estabelecer em um padrão de dois acordes. “Metal Drones” parece uma faixa pré-concebida, cuidadosamente construída, mas é apenas quatro músicos bem conectados entre si e conjuntamente controlando o fluxo com perfeição sincopada.

A faixa de encerramento, “Dying Phones”, não conta com Cleaver nela, mas é muito orientado ritmicamente já que os três restantes compartilham a carga, igualmente, na manutenção da pulsação marcante mesmo conforme eles criam uma melodia a partir do nada.

O poder composicional de Michael Formanek estabeleceu um alto padrão à sua banda. Às vezes, embora, você só precise deixar os caras fugirem da coleira. E, como agora sabemos, ele o fez.

Faixas

1. Solid Bones (12:15)

2. Skipping Stones (10:09)

3. Speaker Cones (5:58)

4. Porcelain Thrones (13:06)

5. Vibrant Tones (8:58)

6. Evil Clones (2:04)

7. Metal Drones (12:52)

8. Vast Unknowns (4:22)

9. Dying Phones (3:16)

 Músicos: Michael Formanek – baixo: Tim Berne – saxofone alto; Craig Taborn – piano; Gerald Cleaver – bateria.

Este disco foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte:  VICTOR AARON (SomethingElse)

 

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